Tomando o pulso da violência


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A partir desta semana, 400 moradores de Praia Grande deverão participar de uma pesquisa que irá avaliar o desempenho da Guarda Civil Municipal (GCM) e a sensação geral de segurança da população.

As entrevistas serão realizadas em todos os bairros da Cidade. O levantamento faz parte do projeto Diagnóstico da Violência, que deverá mapear as causas da violência em Praia Grande e possibilitar à Administração traçar um plano direcionado de combate à criminalidade no Município.

"A metodologia da pesquisa prevê a utilização de questionários como instrumento da coleta de dados", explica a coordenadora do trabalho, Dione Fagundes Nunes, do Instituto de Pesquisa, Ensino e Consultoria Técnica em Segurança Pública Municipal (IPECS).

"A equipe de pesquisadores atuará em campo portando esses questionários e colhendo as informações junto aos moradores das residências prévia e aleatoriamente selecionadas", destaca a coordenadora. Segundo Dione, o trabalho de mapeamento de ruas e casas teve início em fevereiro.

"Os resultados e a análise do levantamento serão apresentados em forma to de relatório em um fórum aberto, que será realizado em junho".

Antes dessa apresentação, haverá duas pré-conferências, em março e abril. No foco da pesquisa, de acordo com a coordenadora, estão o desempenho da GCM e os indicadores de vitimização da Cidade. "Trata-se de uma pesquisa de opinião pública. O objetivo é verificar como a população percebe a prestação de serviços da Guarda Municipal e a sensação geral de segurança".

Segundo o presidente do IPECS, Sérgio de França Coelho, 16 pessoas formam a equipe que irá trabalhar no Município, incluindo dois coordenadores. "Os entrevistadores usarão uniformes e crachás".

O instituto venceu o processo de licitação para realizar o trabalho na Cidade. Os recursos destinados são da ordem de R$ 720 mil e proveniente da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

DIAGNÓSTICO

"O Diagnóstico da Violência e o Plano Municipal de Segurança estão inseridos na política da Senasp", explica o comandante da GCM de Praia Grande, Marco Alves dos Santos. "Tivemos um projeto aprovado pelo Governo Federal, por meio do Senasp, e dentro desse projeto que encaminhamos colocamos o Diagnóstico da Violência e o Plano Municipal de Segurança",destaca Santos.

A pesquisa, segundo o comandante, deverá apontar as causas da violência na Cidade e nortear a Administração Municipal sobre como e em quais áreas deverão ser feitos os investimentos. "Às vezes, a segurança não está só em vir mais policiais, mais viaturas, mais equipamentos", adverte Santos.

"Vamos supor que eles constatem que um bairro tem um índice de criminalidade acima do normal ¬isso é um exemplo hipotético; mas o bairro está precisando fazer asfalto, tem muito terreno baldio, as ruas estão escuras ou não têm iluminação".

Dessa forma, ações sociais e de infraestrutura poderiam contribuir para a queda dos índices de criminalidade. Os municípios de Diadema, São Bernardo e Jundiaí,segundo o comandante da GCM, já contam comum plano municipal de segurança.

"É claro que isso não pode ficar só na teoria e no papel. O município, quando se propõe fazer isso, quer combater essas causas. É isso que pretende mos fazer aqui".

AMPLITUDE

Segundo o presidente do instituto, o IPECS desenvolveu projetos semelhantes em Limeira (2004) e em Taboão da Serra(2009),embora diferentes em termos de integração das ações e amplitude. "Em Praia Grande, o projeto é bem mais amplo e complexo e propõe uma mudança de paradigma quanto à participação da sociedade nos assuntos de segurança pública", antecipa França. "Em especial, com a instalação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal, que não foi previsto nos projetos anteriores".


Fonte ( Jornal Atribuna

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