É desejo de todo o ser humano viver intensamente por muito tempo, aproveitar
os prazeres da vida com alegria e disposição, conviver amistosamente com
seus familiares e amigos, ir para onde bem quiser com liberdade e autonomia,
e, acima de tudo, ser saudável física e mentalmente, entretanto, nos caminhos
da vida muitos descambam para a marginalidade das leis vigentes e para o
submundo horripilante das drogas, consciente ou inconscientemente.
Está dentre os malefícios criados do homem para o homem, as drogas ilícitas
ou mesmo lícitas, tais como: skunk, maconha, haxixe, ecstasy, morfina,
heroína, ópio, LSD, anfetamina, cocaína, merla, crack, oxi, cristal, paco,
codeína, rebite, lança-perfume, clorofórmio, peiote, mescalina, psilocibina,
demais drogas psicoativas, além do álcool e do tabaco que são as mais
comuns.
Tais drogas fazem as suas partes ilusórias de supostas melhoras psicológicas
na mente humana em busca de um reino fantástico através de uma imaginação
distorcida, com breves momentos estimulantes, entorpecentes e alucinógenos,
quando na verdade leva o individuo para uma morte precoce e sofrida com a
devastação e doença de vários dos seus órgãos, além de arrastar junto em
grande sofrimento e dor os seus entes queridos.
Os efeitos das drogas são avassaladores e devastadores no organismo do
ser humano, embora inicialmente possam dar uma sensação de bem-estar
ao usuário. Os efeitos nefastos decorrem inicialmente da dependência física
e psíquica que elas provocam. A dependência física altera a química do
organismo, tornando-se indispensável ao indivíduo e a psíquica, quando o
dependente não usa a droga, deixa-o em lastimável estado de depressão,
abatimento e desânimo, perdendo o interesse pelo trabalho, pelo estudo e pela
vida, passando o mesmo, a partir de certo estágio a não mais considerar os
seus entes queridos ou quaisquer pessoas possíveis. O viciado ou dependente
químico passa a viver noutro mundo, um mundo só dele, um mundo imaginário
e inexistente.
Com a necessidade premente que o dependente da droga sente, possibilita
um comércio rendoso, proibido e clandestino para os insanos traficantes, que
se impõe à força, de forma abusiva e prepotente. Quadrilhas organizadas e
armadas, sem qualquer escrúpulo e sem o menor respeito à vida, aos poderes
constituídos, às leis vigentes, cultivam plantas entorpecentes, preparam,
fabricam e refinam as drogas ilícitas e distribuem para os demais comparsas
traficantes e estes repassam a altos custos para os tristes consumidores.
Irmanadas maleficamente com as drogas também estão as doenças
sexualmente transmissíveis. As DST, como o próprio nome diz, são doenças
transmitidas por meio das relações sexuais, assim como também acontece
com vírus da AIDS, o HIV, especialmente por intermédio do sangue que pode
ocorrer quando agulhas e seringas são compartilhadas para o uso de drogas
injetáveis.
Mesmo com o advento do crack que vicia ao primeiro experimento, destrói e
atinge principalmente a classe mais pobre, em sofrimento, degradação e morte,
o uso de drogas injetáveis continua em ascensão no nosso país, em especial
na classe média e alta. Com isso o número de pessoas contaminadas pelo
vírus da AIDS devido ao uso em comum de agulhas e seringas, também cresce
em altas proporções.
As drogas, assim como o sexo, encontram-se profundamente ancoradas na
visão como fontes de satisfação, de sensação agradável, de dimensão de
prazer, sem as quais seria inexplicável a atração por elas exercida, contudo,
das duas opções, somente o sexo é realmente saudável, contanto que seja
sexo seguro, ou seja, sexo praticado com preservativo.
Mas, o que geralmente acontece é que na vigência dos efeitos eufóricos das
drogas a capacidade de negociar o uso de preservativo pode ficar prejudicada,
pois a alerta de usar camisinha parece ser apenas um detalhe insignificante,
com isso, a relação sexual acaba acontecendo sem proteção aumentando
então o risco de disseminação e contaminação da AIDS tanto para o ativo
quanto ao passivo do ato.
Assim, drogas e AIDS passeiam de mãos dadas pelos trágicos caminhos da
vida arrastando os menos avisados para suas armadilhas, tal qual a aranha faz
na sua invisível teia a caçar a sua indefesa presa.
Autor: Archimedes Marques (Delegado de Policia no Estado de Sergipe.
Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) –
archimedesmarques@infonet.com.br - archimedes-marques@bol.com.br
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