Insegurança em pauta: Estância turística Associação de Moradores de Águas de São Pedro reclama do aumento de furtos e roubos

Por: DANIELLA OLIVEIRA

Especial para a Gazeta de Piracicaba

A falta de segurança pública em Águas de São Pedro tem preocupado bastante os moradores da pequena estância turística. Conhecida por suas águas medicinais, qualidade de vida e pela tranqüilidade, segundo a Associação dos Moradores e Amigos de Águas de São Pedro (Amaas), o número que roubos e furtos em residências tem aumentado constantemente na cidade. Reunidos nessa segunda-feira, no Centro Comunitário, cerca de 50 membros da Associação manifestaram suas preocupações e deram início a um abaixo-assinado.

"Queremos expor nossa preocupação e solicitar providências específicas ao Poder Público em relação às ocorrências criminais vivenciadas em nossa Estância nos últimos meses", contou a presidente da Amaas, Roseley Antonia Rodrigues Padilha. Vitima de um assalto dentro da própria casa, ela enfatizou é impossível esconder que não há ocorrências policias em Águas. "Dois homens me pegaram no meu jardim. Depois renderam meu marido e levaram jóias e dinheiro", disse.

Durante a reunião, o consultor de segurança pública, Guelfo Pescuma Júnior, tirou dúvidas sobre o assunto e propôs algumas soluções para que a entidade possa cobrar do Poder Público. "É importante enfatizar que problemas relacionados à segurança pública atingem todas as cidades - e a falta de efetivos todo o Brasil", disse Pescuma, que atualmente é diretor de trânsito na cidade de Sertãozinho. "A população quer segurança sem ver a cor da farda", acrescentou.

Dentre as reivindicações dos moradores, eles pedem a criação de uma secretaria de segurança na Prefeitura, além do aumento de pessoal na Guarda Civil Municipal, que hoje trabalha com 30 guardas e duas viaturas.

"Os crimes estão acontecendo em plena luz do dia", salientou Pescuma, ao contar que recentemente alguns homens carregaram todos os móveis de uma residência para um caminhão e ninguém percebeu que se tratada de furto. "A falta de ronda e do trabalho preventivo fez com que os marginais se sentissem bem à vontade para carregar e ir embora", argumentou.

A presidente a associação disse que os moradores estão se sentindo ultrajados, indignos, impotentes e acima de tudo, perplexos com a falta de segurança no município.

"O mito de que Águas de São Pedro é uma cidade tranqüila e sem estatísticas criminosas dão mais brechas aos marginais", enfatizou Roseley.

SECRETARIA.

Convidado para participar da reunião, o tenente coronel Adilson de Toledo Souza, atual secretário do Meio Ambiente do Município, disse que já foi encaminhado à Câmara Municipal o projeto que visa acrescentar o termo "Segurança Pública" na pasta, dando-lhe autonomia para comandar a Secretaria do Meio Ambiente e Segurança Pública. "Infelizmente, não basta criar uma secretaria. Precisamos de recursos para capacitar e enfrentar algumas restrições do passado, causadas pelo mau controle do armamento", argumenta Souza, sobre o fato de apenas dois, dos 30 guardas civis, terem autorização para portar arma de fogo.

Ainda de acordo com o secretário, além da reestruturação interna da GCM, é importante frisar que não existe arrecadação para esse setor. "A verba que temos está comprometida com dívidas passadas", contou Souza.

Solidário aos problemas de Águas, o secretário de Segurança de São Pedro, Carlos Augusto D`Amico, informou que a cidade vizinha passa pelos menos transtornos, com alto número de roubos, furtos e até sequestros. "Acredito que estamos um pouco mais organizados, porém, nada nos impede de trabalharmos com parceria", falou D´Amico, ao explicar que muitas vezes os mesmo assaltantes agem nas duas cidades.