domingo, 16 de outubro de 2011

Comandante da Guarda Civil, José Sepúlveda fala sobre segurança em Rio Claro




O comandante da Guarda Civil Municipal de Rio Claro, José Sepúlveda: “Monitoramento por câmeras em áreas estratégicas será um divisor de águas na segurança do município”

Marcelo Lapola

A Guarda Civil Municipal de Rio Claro (GCM) conta hoje com um efetivo de 163 guardas, sendo 28 mulheres e 135 homens. No comando da instituição desde janeiro de 2009, José Sepúlveda, que já contabiliza 15 anos de carreira junto à GCM, conta que seu trabalho foi intenso no sentido de desenvolver a corporação.
Para o comandante da GCM, José Sepúlveda, o que garante o bom trabalho de todos é a motivação.
“Em todo esse tempo, avalio que aumentou nossa responsabilidade por conta do trabalho que passamos a desenvolver na cidade. Hoje, felizmente, a Guarda está mais equipada, treinada e capacitada, buscando sempre novos projetos para poder ter uma aproximação maior com a sociedade. Começamos a ocupar mais os espaços, com trabalho preventivo de forma setorizada. Até aos chamados conseguimos atender cada vez mais rápido”, salienta.
Recebido no Café JC pelos jornalistas Sidney Navas, Carla Hummel e Marcelo Lapola, Sepúlveda veio acompanhado dos GCMs Oziel Fernando da Silveira Campos, Sabrina Roberta Christofoletti e Adão Dias de Souza.
Com relação à implantação do monitoramento por câmeras em pontos estratégicos do município, Sepúlveda disse que a medida irá contribuir de maneira decisiva para a prevenção ao crime no município.
“O monitoramento será um divisor de águas. Vamos flagrar pessoas em atitudes suspeitas e teremos ainda mais condições de prevenir as práticas criminosas. A previsão de instalação das outras câmeras, acredito, é até o final deste ano. A primeira câmera já está em atividade, em frente à sede da Guarda Civil Municipal”, afirmou o comandante.
Sobre a relação da GCM com a Polícia Militar, Sepúlveda afirmou que é de cooperação e ações conjuntas. E sobre as atribuições de um e outra no município, ele disse que o debate já caminhou para um consenso.
“A Guarda Civil Municipal é a polícia do município. A Polícia Militar tem obrigação da segurança pública. Missão dela é essa. A GCM, nesse contexto, nas cidades em que o prefeito investe, como é o caso de Rio Claro, entende que é instituição que também pode ir além da preservação do patrimônio, bens e serviços municipais. Assim, nossas atribuições são ampliadas para que também possamos fazer um trabalho preventivo. A polêmica sobre as atribuições ocorreu mais no começo, até um pouco por falta de informação. Com a integração das forças em Rio Claro, acabou-se com as celeumas nesse sentido”, reiterou.
Segundo Sepúlveda, a Guarda atua em Rio Claro como polícia do município graças ao trabalho da Vigilância Patrimonial. “Hoje há mais de 100 prédios municipais em que se têm os vigias. Desse modo, a GCM consegue trabalhar de forma setorizada, dedicada à prevenção e combate à criminalidade, em conjunto com a Polícia Militar e a Civil”, ressaltou.
Para aquelas cidades que querem melhorar a sua Guarda Municipal, hoje Rio Claro é referência para a região, segundo Sepúlveda.
Segundo as estatísticas apresentadas pelo comandante, em agosto foram 160 ocorrências com 60 flagrantes. “Também localizamos 146 veículos em toda a cidade. Temos nos esforçado buscando apoio da administração para manter a regularidade dos nossos serviços diários, manter nosso efetivo sempre atuante, capacitando, treinando. Nosso trabalho é difícil, de muita responsabilidade, ter um compromisso com a sociedade tem que gostar da profissão”, enfatiza.
Para Sepúlveda, a Guarda Civil Municipal jamais deve ser usada politicamente. “Todo prefeito que entrar tem que enxergar a GCM como a polícia do município, e não usá-la para meios políticos. Em Rio Claro felizmente a GCM só cresceu e melhorou nos sucessivos governos. Que o próximo prefeito que for eleito tenha essa visão e que nos dê sempre condições de trabalho”, analisou.
Sobre o projeto de construção de bases da GM em bairros do município, como no Jardim São Paulo, por exemplo, Sepúlveda diz que é melhor que os locais sejam pontos de referência.

“Não adianta fazer uma casinha e colocar um guarda lá. Acaba que ele vira um alvo fácil dos bandidos. Um local como esse pode, sim, ser um ponto de referência para o guarda estacionar, ir ao banheiro, tomar uma água, um café, e voltar a fazer o patrulhamento nas ruas. Há uma diferença entre base e ponto de referência, e o segundo é melhor, na minha opinião”, afirmou o comandante.
Sepúlveda comentou ainda sobre a prisão de um dos membros da GCM sob a acusação de associação ao tráfico de drogas. “Qualquer empresa tem sempre um percentual dos que vestem a camisa da empresa e outros não. Pessoas são uma caixinha de surpresa. Quando o GCM entra é feita uma investigação social. Na época estava tudo em ordem com ele. Portanto, se realmente for comprovado que ele foi envolvido em tudo que está sendo acusado, deve ser punido. Já abrimos um processo administrativo para apurar o caso. Se for comprovada a associação ao tráfico, haverá uma demissão sumária. O trâmite na corporação segue junto à corregedoria da GCM”, salientou Sepúlveda.
Sobre a possibilidade dos guardas municipais desenvolverem outras atividades remuneradas em suas horas de folga, Sepúlveda afirmou não haver um impedimento legal explícito em lei. Mas, pessoalmente, ele se posiciona contra os “bicos”.

“Para nós, não vejo nenhum problema interno do GM fazer outra atividade em suas horas de folga. Agora, segundo a legislação, independente de onde ele esteja, se for convocado a qualquer momento, ele deve se apresentar. O regulamento disciplinar amarra essas situações. Sou contra o bico e a favor do agente de segurança ter um salário digno”, declarou o comandante.

Sobre os projetos preventivos e de aproximação com a comunidade, a GCM Sabrina Roberta Christofoletti falou sobre o “Drogas, Não Entre Nessa”, desenvolvido junto às escolas municipais
Trabalhamos na rede municipal e atendemos também a rede estadual e privada quando somos solicitados. No primeiro semestre atendemos 9 mil crianças no Ensino Fundamental. Na semana do trânsito também damos palestras às crianças e elas participam. Tem premiação. Fizemos um trabalho com teatro também. O projeto da GCM começou em 2000. E em 2010 que ele se desenvolveu. Acredito muito na prevenção.
Temos parceiros e a prefeitura também dá um apoio muito grande”, detalhou Sabrina.
O também GM Oziel da Silveira Campos deu alguns detalhes sobre o mais novo projeto da Guarda Municipal. “Lançamos o projeto de iniciação musical para crianças de segunda a quarta série na Escola Maria Marrote. Esse projeto usa a flauta doce como instrumento. Já temos 32 alunos e estamos em caráter inicial. Estamos formatando o projeto ainda. Com isso, a intenção e montar uma orquestra de flauta doce e também fazer oficinas com outros instrumentos para mostrar que a flauta pode ser um instrumento base para o desenvolvimento musical”, disse Oziel.
O GM Adão Dias de Souza falou ainda sobre o projeto de combate ao cerol e distribuição de antenas para as motos. “Nosso trabalho com o GCM Santos inclui palestras sobre o cerol, motocicletas e bicicletas. Esse é um trabalho que as indústrias nos pedem para fazer nas semanas das Cipas (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes)”, ressaltou o guarda municipal Adão.

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