Serviço funerário mantém greve em SP; corpos aguardam transporte


Serviço funerário mantém greve em SP; corpos aguardam transporte
Funcionários do Serviço Funerário da Prefeitura de São Paulo permanecem em greve desde terça-feira (30). No SVO (Serviço de Verificação de Óbito), cerca de 15 pessoas aguardam o transporte de corpos de conhecidos para o cemitério.


Funcionários da Prefeitura de São Paulo vinculados ao Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores naAdministração Pública e Autarquias no Município de SP), incluindo os do Serviço Funerário, foram recebidos pela administração municipal na tarde de ontem (30) e decidiram pela manutenção da greve. Na quinta-feira (1º) haverá uma assembleia.


O maior problema é o transporte dos corpos que está sendo feito emergencialmente pela GCM (GuardaCivil Metropolitana).


A enfermeira Enedina Soares, 39, quer enterrar o pai no cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, mas ainda não conseguiu que o corpo de seu pai fosse transportado.


"O velório e sepultamento foram marcados para a manha de hoje, mas até agora não havia previsão de quando ia chegar alguém para levar o corpo para o cemitério. A pessoa não tem dignidade na hora da morte apesar de ter passado 80 anos pagando impostos", afirmou a enfermeira.


FUNERÁRIAS


Os funcionários do Serviço Funerário de São Paulo já tinham parado em junho deste ano. Eles afirmam que as negociações com a prefeitura não avançaram desde então.


A reportagem conseguiu entrar em contato ontem com 10 das 13 agências funerárias credenciadas na prefeitura. Todas confirmaram que os serviços de remoção dos corpos e sepultamento estão parados, mas o atendimento é feito normalmente.


De acordo com um funcionário de uma das garagens do Serviço Funerário, todos os motoristas aderiram à greve. No entanto, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) assumiu o trabalho de transporte dos corpos para as funerárias e velórios.


Na última vez que o Serviço Funerário parou, em junho, motoristas, atendentes e sepultadores aderiram à greve, atrasando enterros e velórios na cidade.


De acordo com dados da Secretaria de Planejamento, o Serviço Funerário Municipal tem 1.366 servidores ativos. Ele é responsável pelos cemitérios e faz o transporte dos corpos de hospitais e prédios do IML (Instituto Médico Legal) para as funerárias e velórios.


Caso haja adesão total à greve, há risco de acúmulo de corpos nos hospitais e IML.


OUTRO LADO


A Secretaria de Serviços da prefeitura confirma que ocorreram atrasos e que há déficit de funcionários, mas diz que os serviços estão sendo realizados. O órgão nega que tenha havido prejuízos para a população.


Em nota, a prefeitura diz que o atendimento durante a greve dos trabalhadores do serviço funerário ocorre com reforço da GCM (Guarda Civil Municipal), que cuida do transporte, e funcionários terceirizados.


O órgão também afirma que "considera inadmissível e repudia a paralisação parcial dos servidores do Serviço Funerário que é considerada ilegal pela Justiça, por tratar-se de serviço essencial à população".


A prefeitura ainda diz que concedeu aumento de mais de 15% sobre o piso salarial, que passou de R$ 545 para R$ 630, já somados os abonos, para os servidores com jornada de 40 horas. E que concedeu gratificações que complementam o salário base.
|(articleGraphicCaption). Greve do Serviço Funerário esvazia velório do cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista (zona leste) |


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