Autor: Wagner Pereira
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito
A cada divulgação das estatísticas das
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito
A cada divulgação das estatísticas das
ocorrências policiais divulgada pela Secretaria
São Paulo - SSP/SP e a abordagem da
mídia sobre o tema, tenho a sensação que
sou um ser desprovido de inteligência,
pois não consigo entender algumas matérias
dos principais jornais como a chamada “Número
sensação de segurança, questiono que nos dois casos
vidas foram perdidas, mas um especialista em segurança
esclarece que no primeiro caso a pessoa foi morta e na
outra morreu, tanto que são tipos penais diferentes em que
um é crime contra a vida e outro contra o patrimônio, um
requer análise do tribunal do júri.
Os dados divulgados são o anúncio do caos, pois são
estarrecedores, ao analisarmos o crime de estupro temos
registrados na Capital 1186 casos, que representa uma média
de 6,55 casos por dia, na Grande São Paulo 1093 casos,
média de 6 casos por dia, porém no Estado foram registrados
5249 casos, que representam o absurdo de 29 casos dia, este
tipo de crime foi objeto da matéria “Bairros nobres tem um
estupro a cada quatro dias”, publicada no Portal Jornal da Tarde.
Contrariando os conceitos legalistas em que o latrocínio não
deve ser confundido com o homicídio, embora seja evidente
que são inúmeras as circunstâncias e as motivações para a
intenção de matar alguém, diferente da ação do crime de roubo
que resulta em morte, no presente caso para majorar os
índices de violência, podemos concluir de forma simplória que
são pessoas que perderam suas vidas, somados os crimes de
homicídio doloso, culposo e latrocínio temos na Capital 598
casos, que representam 3,30 casos por dia, no Estado são
4729 casos, média 26 casos por dia.
Curiosamente, pairam algumas dúvidas, como os casos de
resistência seguida de morte envolvendo as instituições
policiais e os de encontro de cadáver se estariam
enquadrados nesses tipos penais, provavelmente não.
Os índices de roubos, furtos e mortes no trânsito são
igualmente alarmantes, porém, o crime se renova a
todo tempo, surgindo novas modalidades como gangues da
pedra, da bicicleta, do farol e agora a mais recente que é
a ação dos mototrombadinhas que atacam pelas ruas da
Cidade, fato retratado na matéria “Trombadinhas atacam de
moto em Pinheiros”, publicado no Portal Agora SP.
Não bastassem tantos absurdos, temos o alerta da falta de
segurança na rede de metrô e trens, que registram 9 furtos ou
roubos diários e o absurdo de violência sexual contra as
mulheres, fatos amplamente divulgados, conforme publicação
das matérias “Universitária denuncia assédio no Metrô”, do
Portal do Jornal da Tarde, “Mulher relata ataque sexual dentro
por dia”, do Portal do Jornal da Tarde.
O Estado que em várias oportunidades se posta com única
autoridade competente para combater a violência, não possui
política pública definida para a segurança pública, mas se
pronuncia de forma falaciosa de que tem adotados medidas
para aumentar a presença da polícia nas ruas através de
convênios para implementação da atividade delegada, que na
verdade arrebenta de forma oficial a capacidade de trabalho
de seus policiais, permitindo que trabalhe até 27 dias por mês, 15
para o estado e 12 para a prefeitura, chegando ao ponto do
município pagar mais que o estado por esse tipo de prestação
de serviço, conforme brilhante abordagem do Editorial do
Jornal Estado de São Paulo, intitulado “O ‘bico’ e os salários
dos PMs”, um verdadeiro contraste ante a iniciativa de se
pagar aproximadamente 19 mil reais aos Subprefeitos da
Capital Paulista, que em sua maioria são Coronéis Policiais
Militares da Reserva, abordado na matéria “Subprefeitos
vão ganhar até R$ 31 mil”, publicado no Portal do Jornal da
Tarde, sendo um disparate ao aumento anunciado pelo Governo
do Estado a ser concedido a Polícia Paulista, abordado na
matéria “Soldado da PM terá R$ 163 de aumento mensal”,
publicado no Portal Agora SP.
Entretanto, quando o caos é generalizado, as Guardas Municipais
que são o patinho feio da segurança pública, passa de
coadjuvante para ator principal, e não estamos falando
da insensatez global, porém somem os bastiões da lei, e a
responsabilidade se transfere ao poder público municipal,
como no caso do Município de Embu das Artes, que
lidera o ranking do índice de homicídios no Estado, a
mídia consulta o Senhor Dirceu Alves da Silva, Comandante
da Guarda Municipal de Embu das Artes, num reconhecimento
a importância dessas Corporações Municipais que atuam
arduamente para promover segurança pública ao cidadão,
abordado na matéria “27 Cidades de SP tem assassinato
como epidemia”, publicado no Portal do Jornal da Tarde,
mas não seria o caso de consultar o Comandante Geral
da Polícia Militar, Delegado Geral de Polícia, Secretario
de Segurança Pública ou até mesmo o Governador do Estado?
Nos resta apenas continuar cantando “pobre São Paulo,
pobre Paulista”, do saudoso grupo Ira!, talvez o
pecado capital que nos falta.
Caro CD Wagner
ResponderExcluirComo lhe é peculiar o sr abordou brilhantemente o assunto, não com falácia ou manipulação de números e demonstrando que contra fatos não há argumentos.
Se está tão bom como dizem porque só vemos todos os indices de criminalidade aumentarem ?
Neste cantico eu peço-lhe acrescentar tambem , pobre Policial Militar , pois como vemos todos os dias estão trabalhando para apagar incendio , hora combatento o ambulante, hora o ladrão de caixa eletronico, o dos restaurantes , os das marginais etc.. até que apareça outra modalidade e mais uma vez são deslocados.
E aí está tudo bem ?
Alexandre