O crack gera dependência logo na primeira experiência. Verdade ou mito?
Mito. Apesar de ser absorvido quase totalmente pelo organismo,
apenas o uso recorrente do crack causa dependência.
Diferentemente de outras drogas, entretanto, o crack causa
sensações intensas e desagradáveis quando seus efeitos
passam, o que leva o usuário a repetir o uso. Esta repetição,
junto com o efeito potente da droga, leva o usuário a ficar
dependente de forma mais rápida.
O crack só atinge a população de baixa renda.
Verdade ou mito?
Mito. O crack foi considerado inicialmente uma droga “de
rua”. Por ser barata e inibir a fome, muitos moradores de
rua e pessoas em situação de miséria recorrem à droga
como medida paliativa. O contexto social do usuário também
é um fator agravante - é mais comum uma pessoa se
tornar usuária de crack quando o meio social facilita o
acesso. Apesar disso, hoje o crack atinge todas
as camadas sociais.
O usuário corre mais risco de contrair DSTs/AIDS.
Verdade ou mito?
Verdade. Isso ocorre porque os usuários da droga costumam
adotar comportamentos de risco, como praticar sexo sem
proteção. Influenciados pela necessidade de consumir o
crack, muitos usuários crônicos também recorrem à
prostituição para conseguir a droga.
“Meu filho consome crack e eu penso em denunciar o
traficante. Nesse caso, meu filho será penalizado também”.
Verdade ou mito?
Mito. A pessoa que denunciar o traficante tem sua identidade
preservada pelas autoridades policiais, portanto, seu filho usuário
não será exposto. Porém, apesar da lei de drogas prever que
o uso de drogas não seja punido com restrição de liberdade,
o porte de drogas continua sendo crime no Brasil.
O médico é obrigado a notificar a polícia quando atende
um usuário em situação de intoxicação aguda.
Verdade ou mito?
Mito. A legislação brasileira não obriga profissionais da área
médica a notificar a polícia sobre os atendimentos realizados
a usuários de drogas em situação de intoxicação aguda. As
autoridades policiais são chamadas apenas em casos extremos,
em que o comportamento do paciente põe em risco sua própria
integridade física ou a saúde de terceiros.
O crack é um problema dos grandes centros urbanos.
Verdade ou mito?
Mito. O crack é amplamente consumido na região de São
Paulo e avançou rapidamente para a maioria dos grandes
centros urbanos de todo o país. Porém, já existem relatos de
cidades do interior e mesmo de zonas rurais afetadas por
problemas relacionados ao tráfico e consumo desta substância.
O crack é pior que a maconha e a cocaína.
Verdade ou mito?
Verdade. O crack e a maconha são drogas com efeitos
diferentes. Uma vez que o crack deixa o indivíduo mais
impulsivo e agitado, e gera dependência e fissura de forma
intensa, ele termina tendo um impacto maior sobre a saúde
e as outras instâncias da vida do indivíduo do que, em geral,
se observa com a maconha. Em relação à cocaína, apesar de
serem drogas com a mesma origem, o efeito do crack é
mais potente do que a cocaína inalada. Por ser fumado, o
crack é absorvido de forma mais rápida e passa quase
que integralmente à corrente sanguínea e ao cérebro, o
que potencializa sua ação no organismo.
O crack sempre faz mal à saúde. Verdade ou mito?
Verdade. O uso dessa droga compromete o comportamento
como um todo. Por ser uma substância altamente
estimulante, várias funções ficam comprometidas, mas as
mais afetadas são a atenção e a concentração, a falta de
sono, além de gerar quadros de alucinação e delírio.
É possível se livrar do crack. Verdade ou mito?
Verdade. É possível se recuperar da dependência do
crack. O usuário deve procurar tratamento adequado e
contar com apoio familiar, social e psicológico para superar
a dependência química.
O usuário de crack é sempre violento. Verdade ou mito?
Mito. Usuários que já possuem uma tendência à agressividade
podem ficar mais violentos quando estão na fase de “fissura”
ou abstinência da droga. Apesar de haver sempre uma
deterioração das relações sociais, especialmente no ambiente
familiar, a violência não é uma conduta padrão.
Usuárias de crack não podem amamentar. Verdade ou mito?
Verdade. Mães usuárias de crack devem receber tratamento
imediato com a suspensão do uso da droga e da
amamentação durante o período necessário para eliminar
as substâncias tóxicas do organismo. Após esse período, e
sob supervisão médica, a amamentação está liberada.
O crack também prejudica o feto. Verdade ou mito?
Verdade. O crack prejudica o desenvolvimento do feto por
alterar a saúde física da mãe e passar à corrente sanguínea
do futuro bebê. Isso pode reduzir o fluxo de oxigênio para o
feto, causar graves danos ao sistema nervoso central e
alterações nos neurotransmissores cerebrais. Também
há maior risco de aborto espontâneo, hemorragias, trabalho
de parto prematuro, além de diversas malformações físicas
e baixo peso ao nascer.
Bebês de mães usuárias nascem já dependentes.
Verdade ou mito?
Mito. Bebês expostos ao crack durante o período fetal não
são dependentes da droga. Não há comprovação científica
de que eles desenvolvam abstinência na ausência do crack.
Os sinais e sintomas que eles podem apresentar durante o
período neonatal estão mais relacionados a alterações nas
substâncias químicas do cérebro (neurotransmissores),
que poderão ser ou não temporárias.
Algumas pessoas têm predisposição genética para se
tornar dependente do crack. Verdade ou mito?
Verdade. Existe sim uma predisposição genética à dependência
química. No entanto, não somente ao crack, mas a outras
substâncias químicas, como o álcool, por exemplo.
Você ainda tem dúvidas sobre o crack?
Envie sua pergunta no link http://www.brasil.gov.br/
enfrentandoocrack/fale-conosco, preencha os dados solicitados
e envie dúvidas relativas ao crack para o Portal.
Extraído do Portal Enfrentando o Crack da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
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