Em recente pesquisa sobre o presente tema notei que alguns setores da
imprensa brasileira identificaram o que seria uma nova droga também
proveniente da cocaína: o oxi. Tal droga seria uma espécie de crack piorado,
vez que em sua composição química vários outros produtos são adicionados
pelos traficantes manipuladores no intuito de aumentar o lucro financeiro do
seu comércio, com o barateamento do produto que assim é sempre melhor
consumido pela classe mais pobre do nosso país.
É fato científico que para se fabricar o crack, é usada a pasta base da
cocaína que adicionada ao bicarbonato de sódio em proporções equivalentes,
manipulados com solventes, se transformam em espécie de pedra meio
tenra de cor branca caramelizada. Assim, oficialmente o crack é composto
basicamente do lixo da cocaína e do bicarbonato de sódio.
Já o oxi vai mais além na sua insanidade. O seu nome de batismo deriva do
verbo oxidar, vez que a borra da cocaína ao ser diluída com o ácido sulfúrico e
o ácido clorídrico, misturados e manipulados com a cal virgem, querosene ou
gasolina, além do próprio bicarbonato de sódio em combinação com o oxigênio,
realiza a transformação química, oxidando o produto também em forma de
pedra, só que mais amarelo e bem mais nocivo que o crack.
Em todos os artigos que escrevi sobre o crack sempre contestei a sua fórmula
química oficial que não existe em sua composição qualquer produto inflamável.
Em contra senso, observa-se perfeitamente que há na pedra do crack o cheiro
inconfundível de gasolina ou querosene, ademais alguns usuários me disseram
que o odor e o gosto da fumaça inalada é semelhante a pneu queimado, razão
pela qual, sempre falei que a cal, o querosene ou gasolina, os ácidos sulfúrico
e clorídrico e o bicarbonato de sódio, além da pasta base da cocaína, fazem
parte da composição química dessa droga, entretanto agora aparece o oxi
como sendo o dono de tal fórmula diabólica.
Em assim sendo, fica a dúvida se os viciados brasileiros estariam consumindo
o crack ou o oxi, o que, em absoluto não faz muita diferença. Parece no meu
ver, apenas uma questão de nomenclatura. Crack ou oxi se confundem e
representam a degradação humana, sofrimento e dor nas suas formas mais
drásticas possíveis.
Crack e oxi também pode ser uma coisa só e a fórmula que tanto descrevi e
combati veementemente pode ser a exata em detrimento à fórmula oficial do
crack originada dos EUA, há mais de três décadas atrás. A não ser que o crack
dos norte-americanos seja diferente e menos perigoso que o nosso crack. A
não ser que o nosso crack seja na verdade o oxi, um crack piorado, falsificado
e abrasileirado como tantos outros produtos importados.
Na verdade, sendo crack ou oxi, o usuário ao fumar toda essa parafernália de
produtos altamente nocivos e perigosos, aspira o vapor venenoso para dentro
de seus pulmões, entrando em conseqüência na sua corrente sanguínea.
Como a droga é inalada na forma de fumaça chega ao cérebro muito mais
rápido do que a cocaína ou de qualquer outra droga, causando também
malefícios mais abrangentes para o usuário que sempre vicia a partir do seu
primeiro experimento.
O usuário do crack ou oxi pode ter convulsão e como conseqüência desse fato,
pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca e enfim, a
morte. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu declínio
físico é assolador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e pulmonar,
hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta e traquéia,
além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico presente na absurda
fórmula dessas drogas assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.
É fácil de concluir que os problemas deixados pelo crack ou oxi em todas as
áreas sociais crescem em grandes proporções e atingem em cheio o nosso
povo, deixando rastros de lama, miséria, sangue e lágrimas, em destaque,
para a classe mais pobre do nosso país, mais de perto, para os jovens menos
avisados que se lançam nesse profundo poço de difícil retorno.
(Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão
Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe)
archimedes-marques@bol.com.br
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