Taubaté vai criar Guarda Municipal

Há menos de uma semana no cargo, Luiz Simões Berthoud diz que precisa haver integração com polícias para combater os crimes 

Depois de quase um ano afastado do posto de diretor de Segurança de Taubaté, o delegado Luiz Simões Berthoud reassumiu o cargo no último dia 25 de maio.

O retorno acontece em um momento crítico para a cidade. Taubaté é hoje a ‘capital da violência’ na região e lidera as estatísticas de crimes divulgadas pelaSecretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Berthoud foi obrigado a se afastar da prefeitura em julho do ano passado para dirigir a Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Pindamonhangaba. 

O retorno ao governo municipal foi possível graças a um acordo entre a prefeitura e a Secretaria Estadual de Segurança Pública --o delegado foi cedido em comissão ao município.

O Departamento de Segurança de Taubaté vinha sendo comandado por Nelson de Jesus, que agora volta a atuar na assessoria da pasta.

Tentando reverter este quadro de violência, em parceria com os comandos das polícias Civil e Militar, o diretor concedeu entrevista ao O VALE e falou sobre os prinicpais projetos que estão sendo desenvolvidos pela prefeitura para tentar auxiliar o Estado no combate à violência no municípal.

Qual é a estratégia do Departamento de Segurança para ajudar a conter a onda de violência hoje em Taubaté?

A minha visão é a seguinte: existe uma equação da segurança, feita por agentes treinados, somados à agilidade na comunicação e a equipamentos modernos. Se ela não existir, não vai funcionar. Pensando nisso estamos dando prioridade para a criação da Guarda Municipal.

Como será a criação da Guarda Municipal?

A Guarda deve ser formada por um grupo de 280 homens, 50 motocicletas e 6 viaturas que estarão espalhados por todo o município. Irão trabalhar protegendo o patrimônio público e dando apoio às polícias Civil e Militar. A intenção é que eles possuam um sistema de comunicação moderna ,que possam se deslocar por toda a cidade rapidamente e cheguem Às ocorrências em no máximo três minutos após o chamado de um companheiro.

A guarda usará armas?

Não. Esta guarda não pode e não deve se equiparar as duas polícias, Civil e Militar, e sim ser uma aliada no combate à violência. A intenção é que a guarda utilize apenas armas não letais, como armas de descarga elétrica.

Em quanto tempo estes homens devem estar nas ruas?

Não é possível definir uma data pois o projeto está sendo estudado pelo financeiro, mas a expectativa é que isso ocorra este ano. Para tentar agilizar, uma das ideias é terceirizar o serviço, contratando homens já treinados, o que colocaria agentes muito bem treinados e rapidamente nas ruas, evitando toda a demora necessária para o treinamento adequado de um segurança contratado por meio de concursos públicos, por exemplo.

Em relação à segurança nas escolas, existe um projeto engavetado na prefeitura, desde a sua primeira gestão como diretor, que previa a implantação de câmeras nas escolas. Ele deve ser retomado?

Sim. Infelizmente, depois que saí, o projeto ficou estacionado, mas a meta é que ele saia do papel ainda este ano. A intenção é colocar câmeras em todas as 56 escolas e creches municipais, melhorando a segurança dos alunos e dos funcionários.

Sobre as rondas escolares, atualmente seis motos atendem a toda a cidade. Há previsão de ampliação?

Sim, já compramos outras seis motos e dentro de um prazo máximo de trinta dias estaremos com 24 agentes de segurança e 12 motos responsáveis pela ronda escolar, que deve suprir a necessidade do município. 

Durante a audiência pública sobre segurança em abril, a Polícia Militar e as autoridades presentes questionaram a eficiência do atual sistema de câmeras nas ruas da cidade. Há alguma previsão de ampliação e modernização deste sistema?

Hoje nós contamos com um sistema de 28 câmeras, instaladas na principais ruas centrais, mas estas câmeras já estão obsoletas e não atingem toda a área necessária.

Para isso, já estamos estudando um convênio com o governo do estado para implantar câmeras mais modernas e ampliar este número para pelo menos 140 câmeras espalhadas pelas principais ruas e avenidas. 

A intenção é que por meio deste convênio a operação do sistema fique a cargo da Polícia Militar, corporação indicada para este tipo de monitoramento.