Guardas Municipais de Hortolândia pedem a saída do Secretário de Segurança Pública Municipal

Guardas realizaram protesto ontem na Câmara e ameaçam fazer greve

O prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini (PT), está sendo fortemente pressionado por membros da Guarda Municipal a exonerar o coronel aposentando da PM (Polícia Militar), Osny Rodrigues da Silva, do cargo de secretário de Segurança Pública de Hortolândia. Os guardas rebelados acusam o coronel de perseguir membros da corporação, promover para cúpula da pasta somente militares e sucatear antigos programas dentro da secretaria.

Durante a sessão de ontem da Câmara de Vereadores, pelo menos 50 guardas resolveram tornar pública a crise instalada dentro da Secretaria de Segurança Pública. Eles ameaçam até uma greve, caso o prefeito mantenha o coronel aposentado da PM no cargo. O movimento pró-exoneração ganhou apoio do vereador Lenivaldo Pauliuki (PSDB), o Leni, que utilizou a tribuna para se queixar do comportamento do secretário. De acordo com o tucano, o PM aposentado tem deixado de administrar a Guarda para gerenciar negócios particulares no município. "Ele tem deixado de cumprir suas obrigações na Guarda para realizar outras tarefas. Existe ainda informações que estamos investigando de que ele teria utilizado funcionários do setor jurídico da prefeitura, em horário de expediente, para cuidar de negócios próprios", informou.

A reportagem telefonou para o secretário, porém ele não retornou a ligação. O prefeito também não se manifestou sobre o assunto. O TodoDia apurou que ambos estiveram em reunião durante a tarde de ontem para tratar do assunto. O conteúdo da conversa não foi divulgado. O secretário responde uma sindicância interna na prefeitura após ter sido flagrado com copos de champanhe durante o expediente numa festa de aniversário realizada dentro do prédio da Guarda, no início do ano. O caso foi publicado com exclusividade pelo TodoDia.

O jornal conversou por telefone com os guardas da corporação que pediram para não ser identificados. Segundo relatos dos membros da Guarda, o estopim da rebelião estaria relacionada a dois episódios. O primeiro seria a transferência forçada de um membro da Guarda que trabalha há 16 anos na corporação para a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer.

O segundo fato que provocou a indignação dos guardas foi a suposta "pressão psicológica" realizada pelo coronel sobre seu sócio, Cícero Batista, antigo funcionário da secretaria, na Panificadora e Confeitaria Santa Esmeralda, no Jardim Esmeralda, que pode ter levado a filha dele a adoecer. O presidente da Associação dos Guardas e Servidores de Hortolândia, Edivaldo de Oliveira, explicou que Cicero é ainda muito querido dentro da Guarda. "Por isso pessoal ficou indignado", comentou. O vereador Leni investiga a utilização indevida de servidor da Secretaria de Negócios Jurídicos na prefeitura, que teria atuado como advogado particular do secretário em horário de expediente.

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