domingo, 23 de dezembro de 2012

A indignação do Rouxinol


Autora: Erika Genaro
Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Formada em Marketing pela Universidade da Cidade 
de São Paulo - UNICID
E Políticas Públicas pela Pontifícia Universidade Católica - PUC















A palavra indignação no dicionário Aurélio quer dizer 
"sentimento de cólera despertado por ação indigna", 
acredito que é a melhor definição para meu sentimento 
hoje. O que sentir quando vemos a injustiça transitar 
livremente pelos corredores da boa vontade e entre
 pessoas que dedicam suas vidas para ajudar? Pensando
 neste sentido lembro-me da história do Rouxinol e do Cuco.


O Cuco é um pássaro considerado um parasita, a mamãe
 Cuco bota seu ovos no ninho do Rouxinol, mas como 
os ovos do Cuco é muito semelhante ao da outra ave, a 
mãe dona do ninho não faz diferença com os seus, 
no entanto o ovo da ave parasita eclode primeiro, pois 
seu ciclo de gestação é menor.

Ao nascer a ave hospedeira joga os outros ovos para
 fora do ninho, mata os filhotes de Rouxinol e ocupa 
o lugar como um filho legítimo. Os pequenos e dedicados 
pais cuidam do filhote postiço como se fosse seu, 
alimentam-no com todo amor. Mas o filhote é muito
 maior do que o que um Rouxinol e fica cada vez mais
 difícil e trabalhoso para os pequenos pais, alimentá-lo 
é um trabalho que não pára nunca.

Por todo o tempo o Cuco sacrifica seus pobres pais, que 
com seu infinito amor o alimenta, sem se quer 
questionar que aquele enorme filhote não é seu, e em
 momento algum deixa de alimentar, cuidar, mantendo-o 
fora de perigo e longe das ameaças dos predadores.

Durante este período a ave parasita alimenta-se deste
 amor e carinho, é mantido aquecido, alimentado até 
ficar grande e forte e não caber mais no pequeno 
ninho do Rouxinol, neste momento ele parte para viver 
livre sua vida, mas ao sair destrói o ninho, como símbolo 
da sua ingratidão.

O Rouxinol pode chegar à morte por fadiga e fome durante
 esta incansável busca para cuidar de seu filhote.
Todos os dias caímos e nos levantamos para alimentar 
os Cucos que vivem nos nossos ninhos, uma luta diária 
para a sobrevivência.

Tantos Cucos já passaram e ainda vão passar, mas 
continuaremos em pé, com honra e brio característico 
do Rouxinol.

Mas eu pergunto a você, até quando?

enviado por os municipais

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