Em blog, Dirceu sai em defesa de Dilma e rebate declarações de Campos e Marina

  • Para petista, governador ‘perdeu a oportunidade de ficar quieto’ e ex-senadora ‘só vê legitimidade em suas ações’
  • Segundo Campos, Mais Médicos foi necessário porque ‘faltou planejamento’; Marina acusou presidente de estar de olho nas eleições



RIO - O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula e réu do mensalão José Dirceu criticou nesta segunda-feira, em seu blog, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, ambos do PSB. O texto de Dirceu faz referências a recentes declarações de Campos sobre o Programa Mais Médicos e a Marina, que acusou a presidente Dilma Rousseff de desengavetar o Programa Nacional de Agroecologia de olho nas eleições do ano que vem. No último dia 5, os dois anunciaram uma aliança de oposição a Dilma. A união se deu depois que Marina não conseguiu assinaturas suficientes para registrar seu partido, a Rede Sustentabilidade, no Superior Tribunal Eleitoral.
Para Dirceu, Marina Silva “só vê legitimidade e representatividade em suas ações”. No último domingo, em seu blog, a ex-senadora afirmou que Dilma lançou programa em razão da “forte incidência da agenda da sustentabilidade no cenário político”.
“Como vocês veem, ultimamente Marina está com o péssimo costume de só ver legitimidade e representatividade em suas ações e críticas. Ela esquece, completamente, suas origens no PT, pelo qual cumpriu dois mandatos de senadora, construindo nosso programa ambiental e exercendo em nome do partido a função de Ministra de Estado do Meio ambiente, quando reduzimos drasticamente o desmatamento da Amazônia”, escreveu Dirceu.
E completou:
“Desmerecer o programa nacional agroecológico, acusando-o de eleitoreiro por ser da presidenta Dilma e de seu governo, isto sim é que é pura politicagem eleitoral, já que o parceiro de Marina, o governador Eduardo Campos, também é candidato ao Planalto e seus programas e ações de governo têm a mesma legitimidade que os da presidenta Dilma”.
Sobre Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência, Dirceu disse que o governador “perdeu a oportunidade de ficar quieto”. Também no domingo, durante a abertura do 51º Congresso Brasileiro de Educação Médica, em Olinda (PE), Campos considerou que o Programa Mais Médicos só foi necessário porque houve falta de planejamento do governo na saúde.
“Dessa forma, não se conteve, fez coro com a corporação médica. Ao invés de defender o Programa Mais Médicos, apelou, veio com esse discurso de que falta planejamento para formar mais profissionais na área, quando todos sabemos que o problema não é a falta de médicos, mas o fato de que eles não querem ir para o interior de Pernambuco e para as regiões pobres do país. Nem mesmo nas grandes cidades eles querem ir para as periferias. Fora o fato que dobrou o número de universitários no país nos últimos 10 anos e criamos inúmeras faculdades de medicina. Isso Eduardo Campos sabe, mas por conveniência, dada a plateia para a qual falava, solenemente ignorou”, disse Dirceu.
O ex-ministro iniciou o texto acusando Campos e Marina de “não elaborar um programa para o país”:
“Depois de se unirem e protagonizarem o mais surpreendente lance político desta quadra da sucessão presidencial, a dupla-parceira governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e ex-senadora Marina Silva (Rede) continua a surpreender. Mais pelo que diz, sem nenhuma sustentação na realidade, do que pelo que promete fazer e não faz: elaborar um programa para o país com base em ideias e projetos”, escreveu Dirceu.
Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão em regime fechado no processo do mensalão. Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou válidos os chamados embargos infringentes, recurso que dá ao réu direito de um novo julgamento nas condenações em que obteve ao menos quatro votos favoráveis. Caso seja absolvido do crime de formação de quadrilha (no qual obteve quatro votos favoráveis), poderá ficar com pena de 7 anos e 11 meses em regime semiaberto, situação em que poderá deixar o presídio para trabalhar.

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