ARMAS DE FOGO E VIOLÊNCIA CRIMINAL

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Tenho visto com certa e preocupante apreensão determinados movimentos
 e pessoas utilizando as redes sociais a favor da completa liberação das 
armas de fogo para a população civil.


Estranhamente essa ideia tem sido defendida por profissionais da área
 da Segurança Pública, me causa estranheza que pessoas de lidam com
 o caos que se transformou nossas cidades defendam esta ideia de 
autorizar o uso de armas de fogo de maneira indiscriminada, que a meu 
ver é no mínimo absurda. Associada ao consumismo desenfreado, as
 drogas, a perda de valores morais, sociais e espirituais, está a questão
 das armas de fogo, colocar mais armas nas ruas colima para que
 reascenda um grande problema de Segurança Pública, a morte por
 causas externas com uso de armas de fogo.





O Porte de arma deve ser restrito a profissionais de Segurança 
Pública, e profissionais de Segurança Privada.

Vejam os senhores que os bandidos não temem policiais mesmo 
estes estando equipados com pistolas, submetralhadoras e até
 fuzis os quais são exaustivamente treinados, dirá o cidadão comum 
sem qualquer noção de técnicas e táticas de combate armado, pois
 fazer um “exame de capacidade técnica” com uma dúzia de 
disparos em alvo parado a cinco metros de distância não habilita 
ninguém a comprar, registrar e portar arma de fogo.


O uso desses meios ultrapassa essa pequena barreira e vai muito 
além. Não há muito tempo bandidos invadiram um quartel do 
Exército, isto mesmo um QUARTEL DO EXÉRCITO tomando 
de assalto a guarnição de militares e roubaram fuzis e munições, 
que dirá as inseguras residências comuns.





Me parece um absurdo acreditar que bandidos não assaltaram
 a padaria por medo do padeiro estar armado, não assaltaram
 o restaurante por medo do garçom estar amado, quando 
policiais são atacados e mortos, observem os trágicos números 
produzidos pelos ataques em série contra esses profissionais 
no Estado de São Paulo no decorrer de 2006 e 2012, que 
vitimou Policiais Militares, Policiais Civis, Bombeiros Militares,
 Guardas Municipais e Agentes Prisionais.





No meu humilde ponto de vista o armamento do cidadão 
comum só o transforma em alvo pois passará a portar algo 
que os bandidos querem ou seja arma de fogo e na possibilidade
 de pensarem que o cidadão está armado fará com que o
 bandido seja mais violento, um simples movimento até mesmo 
o de tirar a carteira do bolso será entendido com uma tentativa 
de sacar uma arma e então o gatilho da fatalidade estará sendo
 apertado, são muitas as notícias de vítimas fatais nesses episódios.


Uma arma na cintura de quem não tem plena capacidade de 
colocá-la em emprego imediato e seguro não traz superioridade
 ao seu usuário e não dá qualquer garantia de segurança, além 
de estar armado o cidadão deverá ser condicionado a usa-la 
somente dentro dos princípios de proporcionalidade, necessidade 
e oportunidade, algo bem complicado para quem não lida 
diretamente com as questões operacionais de violência criminal 
(POLICIAIS), o cidadão comum não tem treinamento para isso, 
e o porte de arma de forma indiscriminada não se justifica.





Me preocupa qualquer desavença no trânsito virar um tiroteio, 
vemos todos os dias nos jornais brigas por motivos banais, imaginem
 se estas pessoas ao invés de saírem no sopapo saírem dando 
tiros, já imaginou além de nos preocuparmos com motoristas 
embriagados tivermos de nos preocupar com essas mesmas
 pessoas, potencializadas pelo álcool e armas de fogo, um fato 
que fica bem claro é que centenas de milhares de profissionais 
de Segurança Pública tais como: Policiais Civis, Policiais Militares, 
Guardas Municipais, Policiais Federais e Agentes Prisionais
 serão sacrificados, pois com a atual proibição o quadro já se
 mostra critico, imagine com a liberação ampla e irrestrita como 
querem alguns desavisados que defendem o armamento da 
população civil, será um quadro de desordem social e criminal 
que jamais se viu nesse Brasil.





Há três categorias distintas de pessoas favoráveis ao armamento
 indiscriminado da população civil, primeiro os bandidos, sim,
 pois eles terão armas a custo zero, pois terão uma fonte
inesgotável de onde vão retirar armas de fogo, segundo a
 indústria de armas que financia essas “campanhas” e promove
 o lobbye político em Brasília a favor da liberação de armas de 
fogo, pois visam apenas o lucro financeiro pouco se importando 
com as questões de Segurança Pública e Ordem Pública, para 
esse segmento milionário o que interessa são as vendas, o outro
 grupo são determinados políticos, financiados pela indústria de
 armas de fogo, motivados por ufanistas de plantão e com 
interesses nem sempre claros, não se deixe manipular pela chamada
 opinião de consenso que querem formar nas redes sociais, 
ARMAS DE FOGO, somente para profissionais de Segurança
 Pública, treinados, preparados, condicionados, cadastrados
 em banco de dados, avaliados psicologicamente por profissionais
 credenciados e acompanhados durante suas vidas funcionais 
para lidarem com esses instrumentos, que tem a 
capacidade de TIRAR VIDAS.





A solução das causas da violência criminal passam necessariamente
 pelo endurecimento das leis penais, uso de regime disciplinar
diferenciado para presos que cometerem crimes contra a vida, PROIBIÇÃO
 AMPLA E RESTRITA quanto a venda indiscriminada de armas de
 fogo, punição severa para o porte ilegal de arma de fogo, pela
 valorização humana dos Agentes de Polícia, com investimentos
 em meios materiais, uso de novas tecnologias, amplo 
reconhecimento da relevância da função policial em favor da
 sociedade pelo Governo Federal, Governo Estadual e Governo
 Municipal, armar a população definitivamente em nada vai
 contribuir pera melhorar o crítico estado que as coisas se
 encontram, quem pensa assim está tentando curar o envenenado
 com mais veneno, ou apagar o fogo com gasolina.


No meu entendimento a liberação e armas de fogo de forma
 indiscriminada não melhora em nada a situação caótica em 
que a sociedade se encontra, mas estou apto a ouvir e refletir 
sobre o assunto, abraços a todos e “DEUS SEJA LOUVADO”




Pedro Milan Gomes
GCM Bebedouro


postado por miliciano

Um comentário:

  1. Caro Pedro Milan,

    Respeito a opinião, porém as pessoas devem ter a oportunidade de poder se defender, não só a si, mas também seu patrimônio, desta forma o meio mais adequado é dispor de uma ferramenta semelhante, ou de igual potência, àquele que tem a intenção de propagar a violência.

    As armas utilizadas pelo crime organizado tem origem no contrabando, isso é notório, não é a população que abastece o crime, a proporção é menor do que foi mostrado. O roubo em quarteis visa obter armamento com alto poder de fogo, diferente daquele que a população pode portar. A sensibilização deve ocorrer, porém não se deve suprimir a liberdade de escolha, pois se houver uma vítima que não teve o direito de se defender, devemos pensar em nossas afirmações e responder pela morte de uma pessoa que teve seu direito de defesa cerceado por um pensamento que pregava uma hipotética proteção. Por isso discordo da fala, pois quem deve ser combatido é o bandido e não a pessoa de bem, porque esta não tem como se esconder e responde por seus atos, sabendo que a pena aplicada a pessoa de bem surte o efeito desejado, diferente daquele de má índole, que pouco se importa com as regras sociais, se estabelecendo como parasita que busca oportunidade de adquirir algum tipo de vantagem.

    Caro amigo, uma política de segurança eficaz não desperta o interesse na população em se armar, porém, da forma como nossos representantes vêm a segurança pública, impondo políticas de governo, que, na maioria das vezes, está focada em projeções pessoais, é que faz manifestar a vontade da população em querer contrapor o crime.

    Referente a ausência de capacidade técnica e o uso indiscriminado, o julgamento é subjetivo e precipitado, não há como afirmar falta de técnica e que o uso não possui critérios definidos (observar o Estatuto do Desarmamento), pois a fala faz referência ao tempo futuro, devemos entender que, aquele que se propõe atinge a perfeição, basta ter regras claras.

    Minha opinião diverge porque a visão dos operadores de segurança buscam definir como essencial à prevenção o controle total, assim nós temos hoje, em nossas vidas, a influência do Estado, que nos dita regras de relacionamento familiar, escrevendo direito e esquecendo das obrigações, regulando a vida social através de proibições e proibições, descrevendo um povo atrasado e irresponsável, o que não é o caso, porém é o que mostra. Vivemos em um País que tudo pode, ou seja, tudo de errado pode, inclusive os famigerados crimes de colarinho branco, os quais alavancam a criminalidade, agora colocar a culpa na população sem abordar a causa, é matar a vaca para acabar com os carrapatos. Se assim fosse, deveríamos proibir a utilização de veículos, pois, assim aplicaríamos a mesma regra, mortes por arma de fogo e mortes por acidente de trânsito, o que mostra nossa incoerência em discriminar aquilo nos representa perigo imediato.

    O fato da pessoa portar uma arma de fogo é ela saber, ou entender, que está em igualdade com o bandido, isto representa a ela segurança, devido a falta da dita sensação de segurança. O porte de arma de fogo é um direito dela, pode não evitar o assalto, mas dá condições de reação, porque, como mostrado na mídia, o bandido tem prazer em matar, basta assistir televisão. O bandido busca bens, é o fundamento de suas ações, agora o simples fato da vítima estar armada não muda seu objetivo, bens, e, caso ele possa se apossar de uma arma, seu intento é o mesmo, isso, porque estamos falando de crimes de roubo, realizados por delinquentes sem envolvimento com o crime organizado, que difere, pois, neste nível, o armamento necessário é outro. Aplicar o conceito de que todos são incapazes, ou de que todos são culpados, é contrariar princípios básicos, pois, se assim for, vamos destruir os veículos e proibir a população de comprá-los e utilizá-los.

    Enfim, esse assunto é polêmico e, como dito, expressa a opinião pessoal, assim, entendo a sua e deixo a minha.

    Saudações,

    Marcos Luiz Gonçalves

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