Droga pode ser comprada na “feira” por R$ 5,00
Durante o dia, um ponto comercial movimentado, que concentra lojas e possui uma base móvel da Polícia Militar. Durante a noite, no entanto, esse cenário se transforma. O comércio passa a ser o de outro produto: as drogas. É a “feira do crack”.
Na rua dos Gusmões, quase esquina com a Barão de Limeira, a poucos quarteirões da praça Julio Prestes, ponto de origem da chamada cracolândia, o consumo e a venda de drogas acontecem livremente, mesmo com a presença da polícia.
Esta é uma das ruas mais antigas do centro de São Paulo e, um pouco antes das 18h, os três policiais que ficam na região se preparam para deixar o local. Em poucos minutos, eles partem na unidade móvel da PM. É a senha para o começo da “feira”. O primeiro a chegar é um morador de rua.
Logo depois já há um pequeno grupo junto dele. Na calçada, dois homens dividem um cachimbo. Calmamente, eles preparam mais uma pedra. Minutos depois, eles já estão cercados por outros usuários.
O público é formado principalmente por homens, mas também há mulheres. Por R$ 5,00, compra-se uma pedra na “feira”. Quem não tem dinheiro oferece qualquer mercadoria em troca.
A menos de 50 metros, um carro da polícia está na esquina. Mas isso não interfere no movimento da feira. Um policial que trabalha na região há cinco anos explica que rondas são realizadas, mas a recomendação é “não mexer com ninguém”. O PM, que não quis se identificar, afirma que trabalhar na região é um castigo para os policiais.
— Punição, castigo, não tem outra coisa. Se ele [PM] não for bem visto na sua unidade, ele vem pra cá.
As cenas flagradas na região mostram que a presença tímida da polícia não impede que a rua seja um território livre para o tráfico.
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