BRASÍLIA — A greve da Polícia Federal está comprometendo o pedido e a entrega de passaportes. Na manhã desta sexta-feira, o procedimento para tirar novo documento — que deve ser agendado pela internet — estava indisponível. Segundo a assessoria de imprensa da PF, isso acontece devido a um problema na página, com excesso consultas sobre o processo de atendimento — feitas por pessoas que tentaram retirar o passaporte nos postos da PF ou entregar os documentos para iniciar o processo e não conseguiram por causa da greve.
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Apenas os atendimentos de urgência estão sendo feitos nos postos da PF. Ao anunciar que os policias federais reduziriam seu contingente a partir da terça-feira (dia 7), a entidade que representa os servidores afirmou que serviços já marcados não seriam afetados, porém a entrega de passaportes também foi paralisada.
Até ontem, o formulário para tirar novos passaportes podia ser preenchido na página da PF. Porém, não era possível terminar o processo, com a visualização da autenticação. Nesta sexta-feira, essa página também estava indisponível. O sindicado dos policiais federais no Distrito Federal e a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) negam que o acesso ao formulário tenha sido interrompido propositalmente, para evitar a marcação das entregas de documentos.
A quinta-feira foi o primeiro dia de operação-padrão da Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, o maior da América Latina, e levou o caos à área de embarque internacional. A espera para chegar aos aparelhos de raio-X chegava a uma hora e meia. Após as 17h40m, os voos saíram com uma hora de atraso. A operação começou às 16h30m, e agentes da PF revistavam todas as bolsas e malas, inclusive com cães farejadores.
Segundo a Fenapef, a greve dos policiais federais atinge todas as delegacias e unidades do País. Nos aeroportos a operação-padrão provocou filas em Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em Vitória (ES) os policiais realizaram também operação-padrão no porto.
A Fenapef divulgou que ontem os presidentes dos sindicatos regionais e representantes do comando de greve realizaram uma videoconferência nacional, quando foi definida a continuidade da greve dos policiais. Eles afirmam que o governo ainda não apresentou proposta.
Funcionários de diversos órgãos federais estão em greve. Segundo interlocutores da presidente Dilma Rousseff, ela está muito contrariada com o movimento e com a forma como os sindicatos estão conduzindo as negociações. Todos os ministros e autoridades de órgãos afetados pelo movimento foram orientados a acionar a Advocacia-Geral da União (AGU), que recorrerá à Justiça para garantir o funcionamento dos serviços essenciais. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse ao GLOBO que o governo fez o que podia, ao atender as reivindicações dos professores e técnicos administrativos das universidades federais.
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