WASHINGTON - O Google terá que pagar US$ 22,5 milhões em um caso sobre violação de privacidade, segundo um acordo para retirar as acusações de que violou configurações pessoais de clientes na utilização do navegador de internet Safari, da Apple, informou a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) nesta quinta-feira. É a maior multa que a FTC já impôs a uma empresa por violar um acordo com a comissão.
O negócio finaliza uma investigação da FTC sobre alegações de que o Google utilizou um código de computação conhecido como "cookie" para enganar o Safari nos dispositivos móveis iPhone e iPad, para que, assim, o Google pudesse monitorar usuários que bloqueassem a utilização dos próprios "cookies" e o registro de suas atividades na internet.
A prática é uma violação de um decreto acordado em 2011 e que foi negociado entre o maior mecanismo de busca e a FTC. A multa não é sobre a coleta de dados feita pelo Google, mas por distorcer o que estava acontecendo. Em outubro do ano passado, o Google assinou um acordo de 20 anos que, entre outras coisas, incluía uma promessa da empresa de que não iria enganar os usuários sobre suas práticas de privacidade.
A FTC abriu uma investigação sobre as atividades do Google com o Safari há seis meses, depois que um pesquisador da Universidade Stanford revelou que o Google tinha substituídos defesas do navegador que deveriam evitar que terceiros monitorassem as atividade de navegação sem a permissão do usuário. Os “cookies” ajudam serviços de internet e anunciantes a direcionar publicidade com base na análise dos interesses de uma pessoa, baseados nos sites em que visita com frequência.
O Google suspendeu imediatamente o uso dos “cookies” no Safari após a denúncia, mas não assumiu ter feito isso premeditadamente. Em janeiro, a companhia disse que o código aplicado ao Safari era de "comunicação temporária", um link necessário a funções do Google+. O Google alega que o Safari habilitou “cookies“ de publicidade de forma automática.
A multa para o Google supera a quantia de aproximadamente US$ 19 milhões que a FTC impôs a um operador de telemarketing acusado de enganar as pessoas que acreditavam que estavam doando para a caridade.
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