Chalita diz que conseguiu liminar na Justiça para usar imagem de Dilma na campanha


Cristiane Salgado Nunes - O Estado de S. Paulo
Em entrevista ao ‘Estado’, nesta segunda-feira, 27, o candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB, Gabriel Chalita, afirmou que embora tenha um bom relacionamento com a presidente Dilma Rousseff, conseguiu na Justiça uma liminar para poder usar a sua imagem na campanha eleitoral. "Conseguimos uma liminar da Justiça e vamos usar a imagem da Dilma hoje". Chalita disse ainda ter uma "relação fantástica" com o governador Geraldo Alckmin.
Candidato do PMDB, Gabriel Chalita, em entrevista à TV Estadão. - Daniel Teixeira/AE
Daniel Teixeira/AE
Candidato do PMDB, Gabriel Chalita, em entrevista à TV Estadão.
A Justiça havia suspendido a permissão das imagens do candidato com a presidente a pedido dos advogados da campanha de Fernando Haddad (PT), alegando que Dilma não integra coligação de Chalita. O peemedebista exibia na sua propaganda peças em que mostrava sua amizade com a presidente e a participação de seu partido no governo federal.
Para o peemedebista, Gilberto Kassab, ao lado de Paulo Maluf e Celso Pitta, foi um dos piores prefeitos da capital paulista. Segundo ele, Kassab teve dinheiro disponível para fazer uma boa gestão, mas não soube aplicar na sua administração. O candidato ainda elogiou realizações de Luiza Erundina e Marta Suplicy.
Questionado sobre as pesquisas de intenção de voto, Chalita disse que José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) estão na liderança porque são os mais conhecidos pelo público. "O público que rejeita o Serra foi para o Russomanno porque ele é mais conhecido. O Serra tem qualidades, fez coisas importantes, mas ele não passa para a população que quer ser prefeito, ele quer ser Presidente da República".
O candidato avalia que Haddad ainda pode crescer nas pesquisas por causa da participação de Lula na campanha, porém, a presença do ex-presidente não seria um fator decisivo, em sua opinião: "Eu acho que o Haddad vai crescer nas pesquisas por causa da presença do Lula. Ele ajuda muito o Haddad, o Lula tem muito respeito. Ajuda, mas não decide".
O peemedebista comentou que com o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, houve crescimento de sua popularidade entre os eleitores, mas lamentou a dificuldade para conseguir financiamento privado para a campanha. "Seria muito bom que pudesse haver doações pela internet, seria muito mais democrático, mas existe muita burocracia".
Propostas. Chalita afirmou que pretende manter projetos de gestões anteriores como os CEUs (Centro Educacional Unificado) de Marta e o "Cidade Limpa" de Kassab. "A população gostou do 'Cidade Limpa' e tem que respeitar isso. Vou continuar, mas limpar a cidade de verdade".
Quanto à Virada Cultural idealizada por Serra, o candidato afirmou que manterá, mas com mudanças: "Faria uma Virada Cultural por semana em bairros diferentes. Trocaria a Virada de hoje por Viradas semanais".
Para o transporte, Chalita defendeu a criação de corredores expressos na zona leste e agilizar a aprovação de plantas do metrô. O candidato ainda declarou que é contra o pedágio urbano: "Se usar carro fosse um luxo e o transporte público fosse bom, tudo bem, mas não é o caso de São Paulo". Sobre a proposta do bilhete único mensal de Haddad, Chalita desaprovou a ideia por não ser "uma proposta consistente de melhoria do transporte público".
Na educação, o peemedebista avaliou que seria necessário um investimento de 10% do PIB e atacou o adversário tucano, afirmando que ele fechou escolas de tempo integral. Chalita ainda ressaltou que durante sua administração na Secretaria da Educação, conseguiu "aumento de quase 50% dos salários os professores, enquanto o Serra não deu nenhum".
Na questão de revitalização urbana, o peemedebista criticou o projeto da Nova Luz por não levar em consideração os comerciantes da Santa Efigênia, segundo ele, e acrescentou que gostaria de implementar na capital paulista projeto semelhante ao do Porto Maravilha, que o prefeito Eduardo Paes (PMDB) realizou no Rio de Janeiro.
Próximos entrevistados. Nesta terça-feira, 28, será a vez de Soninha Francine (PPS) responder às perguntas dos jornalistas do Grupo Estado e apresentar seu programa de governo. Na quarta-feira, 29, será Celso Russomanno (PRB), seguido de Fernando Haddad (PT), na quinta-feira, 30.

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