Dentre as tantas maravilhas existentes, a vida é a
principal, e com sua complexidade, beleza e mistério,
convocam os cientistas, poetas e as pessoas mais
sensíveis, à admiração, ao espanto e a paixão
inexorável. A vida carrega em si mesma toda
potencialidade capaz de responder positivamente
as situações mais adversas e conflituosas, superando
as barreiras e limites. Na própria vida existem os
elementos necessários para superar os desafios que
vão surgir em nossa trajetória, ou melhor, são os
desafios, conflitos e crises que despertam as
potencialidades da vida que busca sempre sua
autoconservação. Os desafios são para a vida
a oportunidade para atualizar toda sua
potencialidade de sucesso. Somos seres
humanos munidos dessa grandiosa capacidade
de autossuperação, o que nos torna seres
extraordinários. Cada pessoa com suas
particularidades carrega tudo o que vai precisar
em sua vida para responder aos desafios e
superar-se em momento de crise e conflito.
O criador, Arquiteto e Engenheiro dessa
complexa máquina, teve todo cuidado de nos
formar com essa incrível capacidade de
superação, resistência, adaptação e rupturas,
organização e desorganização e resiliência
para o bem da vida.
Diante de tudo o que foi falado, resta perguntar:
por que tantas pessoas quando são acometidas
pela depressão sucumbem, se entregam e vivem
dependentes das drogas, lícitas e/ou ilícitas? Em
primeiro lugar destaco com fundamental e
determinante o autoconhecimento, o
conhecer-se a si mesmo. Nossa cultura e a
formação cultural que forjou Cada um de
nós, nos torna potenciais doentes e dependentes
químicos. Nossa tradição cultural está enraizada
no processo de coisificação das pessoas, que é
o processo de negação do eu, que
consequentemente criam seres escravos do
consumismo, que sustenta a tese:
“eu tenho eu sou”. A busca desenfreada pelo ter
para ser corrói e elimina a capacidade de suportar
e resistir, enfrentar e vencer os desafios e as
frustrações diante dos insucessos na vida. A
relação natural onde às pessoas deveriam ter
o controle sobre o mundo das coisas, dos objetos,
se transformou de tal modo que temos
atualmente a realidade inversa: o mundo das
coisas e dos objetos dominando as pessoas. As
coisas e objetos ganharam vida e se humanizaram
enquanto as pessoas se desumanizaram e estão
perdendo suas vidas. Precisamos imperiosamente
reassumir o controle, caso contrário,
continuaremos subordinados ao mundo
superficial, fictício e fantástico dos objetos.
Para exemplificar essa situação e ficar mais
concreta pense como as pessoas mudam e
mudaram com o advento massivo das tecnologias.
O celular, a televisão, o computador e as redes
sociais e outros objetos que deveriam ser
meios para os fins da sociabilidade, da comunhão
e harmônia familiar, para o cultivo da amizade,
em fim, para a boa e pacífica convivência, mas
o que percebemos é o distanciamento, o
esfriamento, a apatia, a concorrência predatória,
o medo do outro, e a segregação, o desfazimento
dos valores e dos laços que sustentam e
estruturam a sociedade. Conhecer a si mesmo é
encontrar o caminho da emancipação desses
sistemas controladores, e é encontrar a
autonomia e a humanidade tão necessárias
a afirmação da existência humana.
Oséias Francisco da Silva
Especialista e Consultor em Segurança Pública
Filósofo
Psicanalista
Escritor
Twitter: @oseiasfilosofo
Facebook: oseiasbrasileiro@ig.com.br
"A segurança é indivisível. Ou existe igual segurança para todos ou não há segurança para ninguém. ( ... ) A segurança de cada nação depende da segurança de todos os membros da comunidade humana."
(Mikhail Gorbachev)
Nenhum comentário:
Postar um comentário