Poluição de óleo na região de Komi, Rússia, em dezembro
de 2011. Por lá, os vazamentos são frequentes devido à
tubulação velha e quebrada. (© Daniel Muller / Greenpeace)
Enquanto o Ministério do Meio Ambiente não coloca em prática um plano de contingência para vazamentos de petróleo, como o prometido pelo governo desde o desastre ambiental do Golfo do México (2010), notícias sobre desastres em nossa costa parecem inevitáveis.
Em pouco mais de dois meses, aconteceram quatro acidentes envolvendo a indústria do petróleo. O mais notório foi o da Chevron, na bacia de Campos (Rio de Janeiro). Em dezembro, houve denúncias de que a Refinaria Duque de Caxias estaria contaminando o rio Iguaçu com óleo e outras substâncias químicas além dos níveis permitidos. Semana passada, a Transpetro vazou petróleo em Tramandaí (Rio Grande do Sul), e, finalmente, ontem a Petrobras anunciou um vazamento de 25 mil litros de óleo a 300 km do litoral de São Paulo.
Este último acidente, no campo do Carioca Nordeste, ainda não foi explicado pela estatal, mas sabe-se que houve um rompimento na coluna do navio-plataforma que realizava um Teste de Longa Duração em um poço a pouco mais de 2.000 metros de profundidade. A produção de petróleo era realizada pelo navio-plataforma FPWSO Dynamic Producer, em parceria com a BG e a Repsol.
A Petrobras alega que o vazamento foi rapidamente estancado pelo sistema de segurança. Afirma também que está tudo sob controle, mas o histórico recente de acidentes dá sinais de que a segurança das operações de exploração em camadas profundas do oceano ainda é frágil e oferece sérios riscos ambientais.
A necessidade de adotar medidas de prevenção e de segurança mais rígidas é inegável e urgente. Hoje, temos 105 sondas trabalhando em toda a costa brasileira, idênticas à utilizada pela Chevron, perfurando a mais de 4.000 metros de profundidade e sob uma lâmina de água superior a mil metros. Nessas condições, a capacidade de controle de um vazamento é muito mais difícil.
Este foi o primeiro acidente na camada do pré-sal. Quantos mais terão que acontecer para que ações efetivas sejam tomadas? A segurança, definitivamente, ainda tem que melhorar muito.
Enquanto isso, em Abrolhos, tentando evitar o mesmo tipo de acidente o Greenpeace pede uma moratória de 20 anos na exploração de gás e petróleo e a ampliação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos em 20%. A moratória é um acordo estabelecido pelo governo e pelo setor privado, respondendo à pressão dos brasileiros que desejam um modelo econômico mais verde e limpo para o Brasil.
Assine a petição: Abrolhos precisa ficar livre da exploração de petróleo
* da campanha de Clima e Energia do Greenpeace
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