domingo, 12 de fevereiro de 2012

Gama vai combater uso de adolescentes no tráfico


Projeto visa coibir atuação de “olheiros” na porta de escolas municipais
JULIANA FERREIRA E - KAIQUE BARRETTO - AMERICANA

Divulgação

Prefeito Diego De Nadai no lançamento do projeto Anjos da Guarda
A Gama (Guarda Armada Municipal de Americana) passará a fazer rondas internas e externas nas escolas da cidade a partir de hoje. Denominado “Anjos da Guarda”, o projeto tem o objetivo de conscientizar os jovens e evitar a presença de entorpecentes e traficantes nos colégios.

Dados da Fundação Casa, de janeiro a setembro de 2011, apontam que o tráfico foi responsável pela internação de 49,37% dos adolescentes infratores na RMC (Região Metropolitana de Campinas). Em 2011, foram 846 internações contra 714 em 2010, quando o tráfico representava 32,43%. Entre as internações em geral feitas no ano passado, Americana é responsável por 7,09%, atrás apenas de Campinas, com 48%.

Os guardas municipais vão atuar nas imediações das escolas para tentar reconhecer e evitar a presença de criminosos que aliciam crianças para trabalharem no tráfico - conhecidos como olheiros. Além das rondas com as viaturas, a Gama pretende circular dentro dos colégios e realizar trabalhos de conscientização dos alunos através de palestras e cursos.

Segundo Téo Feola, diretor da Gama, a intenção é aplicar o projeto em até 20 escolas municipais, de forma escalonada. “Pretendemos fazer a ronda em até seis escolas por dia para consolidar, de fato, o programa”, explica. Ele ressalta que o objetivo é aproximar os guardas unicipais da sociedade. “Queremos que a Gama ganhe confiança dos pais, diretores e dos próprios alunos para que novas informações cheguem até nós. A escola hoje, infelizmente, é um ponto de referência dos traficantes que procuram crianças para trabalhar com eles”, afirma.

Para a atuação, a Gama disponibilizará cerca de 15 patrulheiros, preferencialmente do pelotão feminino. Todos eles, segundo o diretor, participaram, durante um mês, de cursos de aperfeiçoamento como aulas de libras, manuseio de equipamentos e formas pedagógicas para lidar com crianças e adolescentes. Feola afirmou que os guardas estarão sempre uniformizados.

A Gama pretende ainda avaliar os indicadores sociais de cada região e privilegiar os trabalhos em escolas que recebem alunos de baixa renda. Os guardas também estarão disponíveis para conversar com alunos que apresentam comportamentos diferentes. “Caso os diretores e inspetores percebam algo estranho, eles podem nos procurar para tentarmos resolver o problema através da conversa”, explica.

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