terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Após 4 meses de discussão, Lei Geral da Copa será votada em comissão da Câmara nesta terça

Projeto ainda vai passar pelo plenário e pelo Senado.

Expectativa é finalizar tramitação até fim de março

Adriana Caitano, do R7, em Brasília

Vicente CândidoLeonardo Prado/Agência Câmara

Relatório de Vicente Cândido será votado nesta terça-feira (14)


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Os 25 deputados federais integrantes da Comissão

Especial que analisa o projeto de lei que vai definir

regras para a Copa do Mundo de 2014 e a das

Confederações em 2013 no Brasil voltam a se

reunir nesta terça-feira (14) para votar a versão

modificada pelo relator Vicente Cândido (PT-SP).

Deputados votam permissão de bebidas alcoólicas

e meia-entrada na Copa

O grupo foi constituído em outubro de 2011 e a

primeira versão do relatório foi apresentada no

dia 6 de dezembro. O texto liberava a venda

de bebida alcoólica nos estádios brasileiros,

inclusive antes e depois da Copa, alterando o

Estatuto do Torcedor, e desrespeitava o Estatuto

do Idoso, impedindo pessoas com idade entre

60 e 65 anos de pagar a metade do preço dos ingressos.

As mudanças incitaram reações do governo e de

representantes da sociedade e o deputado Vicente

Cândido voltou atrás em alguns pontos. No dia

13 de dezembro, último encontro da comissão,

o relator retirou o item que previa a venda de

bebidas nos jogos de clubes brasileiros. A

votação, porém, foi adiada para este ano.

No final de janeiro, Vicente Cândido mudou de

ideia mais uma vez. Dizendo ter chegado a um

acordo com o ministro da Saúde, Alexandre

Padilha, e com o diretor de seleções da CBF,

Andrés Sanchez , o parlamentar declarou que

iria incluir novamente no relatório a liberação

do álcool também nas partidas fora da Copa.

Câmara adia votação da Lei Geral da Copa

O governo, no entanto, desmentiu o deputado

e o convocou para uma reunião na última terça

(7) em que estavam presentes emissários diretos

de Dilma Rousseff, como a ministra de Relações

Institucionais, Ideli Salvatti. No encontro,

Cândido foi convencido a seguir as orientações

governamentais.

De acordo com o presidente da Comissão Especial

da Lei Geral da Copa, deputado Renan Filho

(PMDB-AL), que estava na reunião, o Executivo

quis manter a venda de bebidas alcoólicas

somente no evento organizado pela Fifa.

- Não faz sentido numa lei específica alterar

uma lei mais ampla. Uma coisa é liberar cerveja

nos estádios, outra é liberar só na Copa, que

é muito mais segura, onde muitas pessoas são

estrangeiras, a segurança e o fluxo do trânsito

são diferenciados. Se quiser liberar álcool nos

estádios, é preciso haver uma ampla discussão

sobre um dos projetos específicos que tratam

do Estatuto do Torcedor no seu foro apropriado.

Lei Geral da Copa obedece a Fifa, limita meia-entrada e libera

bebida alcoólica nos estádios

Após o encontro com o governo, Vicente Cândido

reeditou seu relatório e o distribuiu aos integrantes

da comissão e líderes dos partidos na Câmara. A

nova versão delimita que “a venda e o consumo

de bebidas, em especial as alcoólicas, nos locais

oficiais de competição, são admitidos desde que

o produto esteja acondicionado em copos de

plástico, vedado o uso de qualquer outro tipo

de embalagem”.

O texto especifica também que a Fifa deverá

colocar à venda 300 mil ingressos válidos para

todas as partidas para a categoria de menor

preço, que deve custar R$ 50, sendo metade para

estudantes e idosos a partir de 60 anos de idade

e a outra metade para indígenas, beneficiados do

Bolsa Família e pessoas que devolverem uma

arma de fogo.

O outro item acordado na reunião referia-se à

responsabilidade civil do governo brasileiro em

caso de atentados. A FIFA pedia que o artigo

fosse melhor detalhado, mas o governo manteve

o texto original em que assume “os efeitos da

responsabilidade civil perante a FIFA por todo

e qualquer dano resultante ou que tenha surgido

em função de qualquer incidente ou acidente de

segurança relacionado aos eventos”.

Segundo o presidente da Comissão Especial, Renan

Filho, o Executivo pretendia evitar que a discussão

se prolongasse para dar celeridade à votação.

- Vamos votar na Comissão, o texto ainda vai a

plenário depois ao Senado, depois se alterado

volta. Há um transcurso longo que precisa ser

percorrido. Depois da comissão, o texto ainda

vai para o plenário da Câmara, de pois para o

Senado. Se lá tiver mudança, ainda volta para a

Câmara. É ilusão acharmos que vamos resolver

tudo agora. Se algo mais tiver que ser alterado,

que seja adiante.

Renan Filho destaca que, se o relatório for aprovado

nesta terça, o texto chegará ao plenário da Câmara

na próxima semana ou após o Carnaval. Tanto o

governo quanto a Fifa manifestaram esperar que

o projeto chegue às mãos da presidente Dilma

para ser sancionado até o final de março.

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