segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tecnologia: Novo aparelho detecta quantidades exatas de droga e outras substâncias

Da Redação

Aparelho irlandês é usado para realizar análises simultâneas da mesma amostra de urina ou de sangue.

É excelente para determinar casos de overdose em usuários de drogas, o uso de entorpecentes por motoristas em acidentes de trânsito e para casos em que os peritos não tenham idéia do que pode estar dentro de uma amostra de sangue ou urina .

Demorou mais de dois meses para que a polícia soubesse a causa da morte do lutador Ryan Gracie, que aconteceu em 15 de dezembro de 2007. O laudo ficou pronto em fevereiro do ano seguinte e apontou para uma mistura indevida de medicamentos, aliada ao consumo de droga.

O médico de Ryan acabou indiciado por homicídio culposo. Da morte do lutador à conclusão do inquérito, foi um processo longo que poderia ter sido abreviado caso São Paulo tivesse um equipamento especial para a identificação de substâncias. Hoje, o problema acabou.

IML SP

O Núcleo de Toxicologia Forense do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo adquiriu neste mês o Randox Evidence Biochip Away Technology. Esse aparelho é o primeiro a ser instalado no Brasil e um dos 40 em funcionamento no mundo.

Peritos estão em treinamento; previsão de uso a partir de fevereiro

Pela técnica que utiliza e a comprovada eficiência, o Randox poderia ter sido usado com sucesso em casos recentes famosos, como os de Michael Jackson ou Amy Winehouse, em que substâncias externas causaram as mortes.

O aparelho irlandês é um equipamento que detecta as quantidades exatas de substâncias presentes no sangue ou na urina de uma vítima, no menor tempo possível. Hoje, em São Paulo, é possível realizar 50 análises em cinco horas e meia. Com o Randox, serão 330 no mesmo período, ou, uma por minuto.

Basicamente, ele é usado para realizar análises simultâneas da mesma amostra de urina ou de sangue, identificando a presença de até 14 grupos distintos de drogas. Alem disso, tanto o sangue quanto a urina podem ser usados "in natura", ou, exatamente da forma como foram extraídos, sem a necessidade de qualquer outro procedimento como a diluição ou a mistura com reagente.

"O aparelho é excelente para determinar casos de overdose em usuários de drogas, detectar o uso de drogas por motoristas em acidentes de trânsito e para casos em que os peritos não tenham idéia do que pode estar dentro de uma amostra de sangue ou urina. Outro benefício é que a máquina trabalha com uma quantidade menor de amostra", explica o perito criminal do IML, Júlio de Carvalho Bonce. "Esse aparelho é de triagem, ou seja, ele afunila o leque de possibilidades e ajuda a determinar os nossos próximos passos", completa.

O Randox ainda não está sendo usado. Por enquanto, os peritos criminais estão passando por treinamentos ministrados por técnicos da Irlanda do Norte (sede da empresa Randox) e da sede brasileira da empresa. A previsão é de que, a partir de fevereiro, o aparelho passe a ser usado em casos cotidianos.

De acordo com Celso Perioli, superintendente da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, o investimento feito - de 580 mil reais anuais, que inclui toda a assistência técnica necessária, além dos reagentes usados para análises - será recompensado.

"Esse equipamento representa um aperfeiçoamento nas técnicas de trabalho. Ele é um dos mais modernos do mundo. Com ele, temos resultados mais confiáveis e passamos para outro patamar de tecnologia, superior ao que já tínhamos", ressaltou Perioli.

Com informações sa Secretaria de Segurança Pública de SP

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