Polícia Militar ficará mais seis meses nas ruas da Cracolândia

Comandante-geral da PM reforçou normas que devem ser seguidas pelos 287 agentes na região. "Postura deve ser enérgica sem agressividade"


A ocupação da região da Cracolândia e de bairros do entorno por policiais militares vai durar pelo menos mais seis meses. Nesse período, 287 homens permanecerão no local, com apoio de 117 carros e 26 motos, além de bicicletas, cavalos, cachorros e do helicóptero Águia - normalmente, o efetivo é de 28 agentes, divididos em dois turnos.

Foto: AEAmpliar

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A afirmação foi dada na quarta-feira (11) pelo comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, que anunciou também uma série de normas que devem ser seguidas pelos policiais.

São regras do tipo: "a postura deve ser enérgica sem demonstração de agressividade, porém ostensiva e desestimuladora" e "dependentes químicos têm a opção de buscar tratamento adequado, fornecido pelos órgãos assistenciais e de tratamento".

"O objetivo neste primeiro mês é diminuir a atuação dos traficantes. E, nos seguintes, a PM fica para garantir trabalhos de saúde e assistência social. No segundo semestre, avaliaremos se é o caso de diminuir o efetivo", afirmou Camilo.

Os planos da PM é manter 120 homens vindos do Comando de Policiamento da Capital, concentrados nas ruas da Cracolândia. Outros 152 são do policiamento de Choque e vão fazer rondas permanentes nos bairros vizinhos para tentar evitar a migração dos usuários no entorno. Ainda participam da operação 12 bombeiros.

Denúncias de abuso

A Defensoria Pública de São Paulo já coletou 32 denúncias de abusos cometidos durante a operaçãopolicial na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. Segundo o coordenador do núcleo de Direitos Humanos do órgão, Carlos Weis, são casos “exemplificativos” de como a PM e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) estão agindo.

Para ele, os métodos das corporações são "absolutamente exacerbados, em face das pessoas, que são pobres, miseráveis e desarmadas”. O defensor falou durante uma reunião convocada pelas comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal para discutir a ação policial que tenta acabar com o uso e tráfico de drogas no centro da cidade.

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