quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pelo fim do imposto sindical

Escrito por: CUT Nacional


A Central Única dos Trabalhadores enviou nessa terça-feira (10)

uma carta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar

Peluzo, para pedir agilidade no julgamento da Ação Direta de

Inconstitucionalidade (Adin) contrária ao repasse do imposto

sindical às centrais sindicais.

A posição faz parte da luta que a CUT aprofundará em 2012

por autonomia e liberdade sindical. Para a Central, substituir

o imposto por uma taxa negocial definida em assembleia pelas

categorias é fundamental para fortalecer os sindicatos

combativos e representativos e acabar com aqueles de

fachada. “Esse é uma manifestação de coerência com aquilo

que defendemos desde nossa fundação e é nossa pauta

prioritária neste ano”, destaca o secretário Geral da entidade,

Quintino Severo.

Em 2008, com o reconhecimento legal, as centrais sindicais

passaram a fazer parte da divisão do imposto sindical com

10% do valor total. Do restante, 60% vai para os sindicatos,

15% para as federações e 5% para as confederações. Outros

10% ficam para o governo. Caso seja aprovada a alteração,

o valor voltará para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Em agosto daquele ano, todas se comprometeram a apoiar

o envio de um anteprojeto ao Executivo para implementação

da contribuição negocial, conforme comprova o documento

ao lado assinado por todos os presidentes. Três anos

depois, apenas a CUT – que recebe a maior parte do

imposto por ser mais a representativa, respondendo por

38,3% de todos os trabalhadores filiados a algum sindicato

no Brasil – ainda mantém a mesma posição. As demais

preferiram se aliar à posição majoritária das entidades patronais.

Quintino ressalta porém que a Adin 4067 ajuizada pelos

Democratas (DEM) prevê a anulação do reconhecimento

dessas organizações, ação com da qual a CUT discorda.

“As centrais são parte determinante na organização da

estrutura sindical e, portanto, não faz sentido modificar isso.

Iremos lutar para que apenas o imposto caia e dê lugar a

uma forma de sustentação de fato democrática”, acrescentou.

A votação está parada no Supremo desde março de 2010,

quando o ministro Carlos Ayres Britto, então presidente da

corte, pediu vistas do processo. Na ocasião, a votação estava

empatada, com três magistrados favoráveis à Adin – Joaquim

Barbosa, Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski – e três

contrários – Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Eros Grau.

Leia abaixo a carta enviada pela CUT ao STF.

São Paulo, 10 de janeiro de 2012.

Excelentíssimo Senhor

Cezar Peluso

Presidente do Supremo Tribunal Federal

Assunto: Julgamento da ADIN 4067 do Imposto Sindical

A Central Única dos Trabalhadores desde sua criação em 1983

defende a liberdade e autonomia do movimento sindical, sendo

primordial para isto o fim do imposto sindical e da unicidade sindical.

O atual modelo de financiamento dos sindicatos, baseado no

imposto sindical deve ser mudado, para que tenhamos

organizações mais representativas e fortalecidas. A CUT propõe

um novo modelo de financiamento das entidades sindicais, baseado

nas mensalidades associativas e na contribuição decidida

democrática pelos trabalhadores, em assembléias.

Com o reconhecimento das Centrais (Lei 11.648/08), foi

feito um acordo para que este modelo fosse modificado, por

meio da substituição do imposto sindical pela contribuição

negocial, definida em assembléia geral e vinculada a uma

negociação coletiva.

Diante desta situação, a CUT solicita a V.Exª que o STF

proceda com a celeridade necessária o julgamento da ADIN

4067, especificamente quanto ao questionamento do repasse

do imposto sindical às entidades sindicais de trabalhadores e

patronais. A CUT entende que não podem ser questionadas

as atribuições das Centrais Sindicais quanto ao seu papel de

representar os interesses dos trabalhadores.

Desta forma, este será um importante passo para modificarmos

a estrutura sindical brasileira, em benefício da classe trabalhadora.


Saudações CUTistas,



ARTUR HENRIQUE

Presidente


QUINTINO SEVERO

Secretário Geral



enviado por ALEXANDRE PASTOVA ribeirão preto


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