A Prefeitura de Jundiaí não se cansa de “faturar” em cima do fim das sacolinhas plásticas em supermercados da cidade. Uma ideia que pegou, quase não provoca mais reclamações pelo preço das embalagens biodegradáveis e virou rotina. Hoje, ignorar as sacolinhas faz parte de nosso cotidiano.
Na semana passada, o prefeito Miguel Haddad (PSDB) fez palestra em São Paulo sobre o projeto de Jundiaí, que poderá ser adotado pela capital do Estado, assim como vem sendo estudado em diversas outras cidades do país.
Segundo informações da prefeitura, 22 milhões de sacolinhas plásticas deixam agora de ser mensalmente despejadas em aterros, equivalente a 80 toneladas de plástico. E, ainda segundo o poder público, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) estima que ao longo de 14 meses do programa cerca de 308 milhões de sacolas – o que corresponde a 1,12 bilhão de toneladas de plástico – deixaram de ser descartadas no meio ambiente.
O Procon de Jundiaí, ligado à prefeitura, tem sido outro propagador da ideia. Se é um “vendedor” do programa, é sinal de que não recebeu reclamações de consumidores quanto à mudança de hábitos – aliás, o órgão garante ter imposto regras rígidas para seu funcionamento, como a divulgação prévia em massa para não causar surpresas.
O projeto deu certo porque houve união de todos os envolvidos – e claro, benefícios. A prefeitura fatura em cima da história porque Jundiaí virou exemplo. A cidade não tem mais sacos plásticos espalhados pelas ruas como acontecia até o ano passado. Os supermercados têm uma economia gigantesca, apesar de não passarem números, pois não distribuem mais embalagens. E o consumidor, que se não sentiu esse repasse no bolso, ao menos se vê em dia com o meio ambiente.
Mas, se há economia no custo operacional dos supermercados, talvez esta seja a hora de darem sua contrapartida ao município. Seria uma grande ideia se este corte de gastos fosse revertido em outras ações ambientais ou projetos de sustentabilidade aplicados em Jundiaí.
Quando se incentiva cooperativas de catadores de lixos recicláveis, por exemplo, além dos benefícios ao meio ambiente, proporciona-se geração de renda para famílias e oportunidade para muitas deixarem a faixa da miséria. Por que não estimular projetos semelhantes com a economia que se faz com a compra de sacolinhas?
Jundiaí, que largou na ponta para acabar com aquela praga que parece não fazer falta alguma na casa dos jundiaienses, poderia continuar à frente de outros municípios brasileiros com a proliferação de outras ideias ambientais. É hora de dar mais um passo adiante.
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