Taxa passou de 11,7 mortes por 100 mil
habitantes em 1980 para 26,2 em 2010
Em 30 anos, o Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de
vítimas de homicídio. Dados do Mapa da Violência 2012,
divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Sangari,
apontam que o número de homicídios passou de 13,9 mil
em 1980 para 49,9 mil em 2010, o que representa um
aumento de 259%. Com o crescimento da população
nesses 30 anos, a taxa de homicídios passou de 11,7 em
cada grupo de 100 mil habitantes em 1980 para 26,2 em 2010.
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De acordo com o relatório, a média anual de mortes por
homicídio no país supera o número de vítimas de
enfrentamentos armados no mundo. Entre 2004 e 2007,
169,5 mil pessoas morreram nos 12 maiores conflitos
mundiais. No Brasil, o número de mortes por homicídio
nesse mesmo período foi 192,8 mil.
"Fica difícil compreender como, em um país sem
conflitos religiosos ou étnicos, de cor ou de raça,
sem disputas territoriais ou de fronteiras, sem guerra
civil ou enfrentamentos políticos violentos, consegue-se
exterminar mais cidadãos do que na maior parte dos
conflitos armados existentes no mundo”, diz o documento.
No entanto, o relatório aponta que nesses 30 anos
houve uma ruptura no crescimento da taxa de homicídios
no país. Entre 2003 e 2010, a variação foi negativa de
1,4% ao ano. Porém, a partir de 2005, foi verificada
uma instabilidade, com oscilações em torno de 26
homicídios em 100 mil habitantes. Em 2010, ocorreram
50 mil assassinatos no país. Segundo o relatório, foram
registrados 137 homicídios por dia.
“Vários fatores concomitantes e complexos parecem
intervir nessa explicação dessas quebras e oscilações
a partir de 2003: políticas de desarmamento, planos e
recursos federais e estratégias de enfrentamento”,
aponta o relatório.
Os dados do Mapa da Violência demonstram ainda que
os Estados que lideravam as estatísticas no início da
década, como Pernambuco, o Rio de Janeiro, o
Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Roraima e
Distrito Federal apresentam quedas do índice de
homicídios. São Paulo e o Rio de Janeiro apresentam
reduções de 63,2% e 42,9%, respectivamente.
Por outro lado, os 17 Estados com as menores taxas
do país no ano 2000 apresentam taxas crescentes.
Em vários locais, esse aumento teve tal magnitude
que levou os Estados a ocupar um lugar de destaque
no contexto nacional no final da década. Assim,
Alagoas passou a ocupar o primeiro lugar no Mapa
da Violência. O Pará passou da 21ª posição para a
terceira; a Paraíba, da 20ª para a sexta, e a Bahia,
da 23ª para sétima posição.
O ranking do Mapa da Violência 2012 é liderado
por Alagoas, seguido pelo Espírito Santo, Pará por
Pernambuco e pelo Amapá.
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