segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os equívocos do Capitão

Realmente experimentamos uma fase prodigiosa na detecção dos mais insólitos "tipos" de "especialistas", tem especialista para quase tudo: gente que entende desde palito de sorvete e suas várias configurações, texturas, tamanhos etc, até aqueles que sabem tudo acerca dos vários modelos de canudinhos de plástico indicados para tomar suco ou refrigerante.

Esse afunilamento do conhecimento "é bom", mas não pode ser vulgarizado, caso contrário se concretizará (já está acontecendo) a previsão de Bernard Shaw, que dizia que o especialista é um cara que sabe "cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo de nada".

O "especialista" em Segurança Pública Rodrigo Pimentel, autor do livro que inspirou Tropa de Elite e ex-Capitão do BOPE carioca, teceu "interessantes" críticas acerca do plano de Segurança Pública - Paraná Seguro - : disse que o plano não é confiável porque prevê a compra de viaturas e contratação de policiais; que é vergonhoso o número de presos em delegacias; que as operações ostensivas são midiáticas e não funcionam, entre mais algumas "pérolas".

Em que pese o conhecimento de Rodrigo Pimentel sobre o tema Segurança Pública (e aqui absolutamente não se questiona isso), ele cometeu um erro crasso emitindo opiniões sobre algo que não conhece (e isso ficou muito claro na sua manifestação): a realidade paranaense.

O fato de ter pertencido ao BOPE (unidade respeitabilíssima e de reconhecida idoneidade) não é credencial razoável no cotejamento do tema, haja vista (para ficarmos só em dois exemplos) os casos do ônibus 174 e da "furadeira".

Não se admite um especialista declinar que Segurança Pública não se faz (também) com a contratação de profissionais. Nas mais diversas realidades globais, o número de policiais juntamente com a capacitação continuada, é uma das pilastras básicas de qualquer plano de Segurança "minimamente sério".

Helicópteros, armamentos, viaturas, comunicação etc, constituem a "infra-estrutura" capaz de proporcionar às polícias, a capacidade para atuar com eficácia e eficiência nessa dura lida contra a criminalidade. Como explicar então as palavras de Pimentel ? e mais, ao dizer que as operações ostensivas são ineficientes e midiáticas (sem ter interagido nesse processo), ele atesta cabalmente seu total desconhecimento, e resvala perigosamente na leviandade.

O Paraná Seguro é resultado de um trabalho técnico, elaborado e exaustivo, que esmiuçou as várias matizes da Segurança Pública no Estado e, ordenou um plano estratégico de investimentos e providências, objetivando atingir resultados a curto, médio e longo prazos, de forma sedimentada e firme.

As Delegacias de Polícia realmente estão abarrotadas de presos (não precisa ser especialista para esta constatação), tema agora encarado de forma equilibrada e responsável.

A gestão da Segurança Pública, assim como a administração das cidades, é um processo contínuo e ininterrupto, onde cada iniciativa somada a anterior, possibilita avanços importantes para a sociedade.

O Plano Paraná Seguro não é a resposta para todos os problemas, mas sem dúvida alguma é a pedra angular para uma nova realidade onde a Segurança Pública é tratada com a importância e o respeito que sempre mereceu.

http://www.parana-online.com.br/colunistas/339/87972/



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