Autor: Wagner Pereira
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco
Na semana passada foram divulgados os resultados da
do Grupo IBOPE que abordou a situação da segurança
pública no Brasil, foram 2.002 entrevistas realizadas em 141
municípios, no período de 28 à 31 de julho de 2011.
A mídia por sua vez buscou divulgar fragmentos e
contextos isolados, destacando a tendência da população
em ser favorável a pena de morte e redução da idade
pena, e aprovar a ação das Forças Armadas em questões
de segurança pública.
Entretanto, são vários pontos que devem ser analisados
com cautela, porque isoladamente podem criar concepções
equivocadas que não retratam a realidade da vontade
popular, pois o conjunto dos questionamentos possui
acepções antagônicas, que podem ser interpretadas
de formal intencional ou não.
O questionário contém perguntas que induzem a
um raciocínio lógico criado pelos organizadores da
pesquisa, porém na concepção de segurança pública
dos entrevistados o resultado foi antagônico e
com pouca racionalidade.
A questão “Ações Sociais como educação e formação
social contribuem mais para diminuir a violência no país
do que ações repressivas, como o aumento do policiamento
ou maior rigor na punição de criminosos?”, obteve
surpreendentes 90% de respostas concorda totalmente
e concorda em parte.
Porém, como conceber que na questão “Para reduzir a
criminalidade é preciso impor uma política de tolerância zero,
em que todo tipo de infração ou ilegalidade sejam punidos”,
se obteve 83% de respostas concorda totalmente ou concorda
em parte, quando na verdade a assertiva deveria ser contrária.
Aprofundando ainda mais o descaso da primeira assertiva
pala ausência de ações sociais, principalmente na área de
educação, expondo um sistema público falido com eternas
progressões continuadas que resultam nos péssimos
indicadores de desenvolvimento educacional, num vexame
tupiniquim a cada Exame Nacional de Curso, nos
presenteando com pérolas virtuais absurdas, que ao invés
de entristecer a nação, faz rir nas diversas mídias da rede global.
Não podemos deixar de relacionar a recente divulgação
do Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em
que comemoramos a melhoria na vida dos brasileiros,
pois conquistamos a 84º posição, indicando que as
políticas sociais assistencialistas surtem resultados,
porque nosso país está classificado com índice de
desenvolvimento elevado, ou seja, mais um antagonismo.
A segurança pública se torna um imenso laboratório
fundamentado no eu acho e essa é minha opinião,
pautado em políticas governamentais eleitoreiras
escandalizadas a cada tele jornal com a irresponsabilidade
na aplicação dos recursos do erário público.
Os legalistas devem refletir como os principais órgãos de
segurança, Polícia Civil e Militar, possam ter uma aprovação
inferior às Forças Armadas, Polícia Federal e Guardas
Municipais, que possuem somadas efetivo menor do que as
Policiais Militares do País, mas que apresentam um
serviço que atende os anseios da população,
surpreendente é o desempenho das Corporações Municipais,
que não possuem o apelo da mídia, como acontece
regularmente com a Policia Federal e recentemente com
a ação das Forças Armadas na Cidade do Rio de
Janeiro, demonstrando que há necessidade de se
rever as atribuições constitucionais desses órgãos.
Os Governos Estaduais e Municipais não podem alegar falta
de recursos, pois no final da Administração do Presidente
Fernando Henrique Cardoso e durante toda Administração
do Presidente Luis Inácio “Lula” da Silva, o Ministério da
Justiça, através da Secretaria Nacional de Segurança
Pública, passou a destinar inúmeros recursos para a
segurança pública que vão desde a compra de equipamentos
à qualificação profissional, mas Estado e Município não fizeram
a lição de casa, deixando de investir na valorização
profissional que deveria rever a remuneração e carreira
dos profissionais de segurança pública.
A pesquisa CNI-IBOPE retrata a falta de direcionamento e de
políticas públicas relacionadas a segurança, permitindo que
os especialistas e técnicos de segurança apresentem fórmulas
mágicas com conceitos de gestão privada visando resultados
em metas pré-estabelecidas, como se fosse possível prever
a incidência de crimes, basta observarmos o elevado
número de roubos de caixas eletrônicos que marcaram
2011, como o Governo do Estado poderia direcionar seus
recursos para evitar este tipo de ação, se ela nem existia.
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