sábado, 1 de outubro de 2011

Jovens aprendem com adultos e grupos de convivência a usar drogas



Foto: Agência Notisa

Resultados de pesquisa com estudantes de Feira de Santana (Bahia) mostram que a freqüência do consumo de bebida alcoólica foi de 57,0%; de cigarros de 23,3% e de outros psicoativos de 5,2%, com uso significativamente maior no sexo masculino e faixa etária de 17 a 19 anos.

Na atualidade, o uso abusivo das substâncias psicoativas (SPA) constitui um dos mais importantes problemas de saúde pública mundial, considerando-se a magnitude e a diversidade de aspectos envolvidos. A adolescência é a faixa etária de maior vulnerabilidade para experimentação e uso abusivo de drogas, tanto as lícitas (bebidas alcoólicas e cigarros), como a associação com outras substâncias, consideradas ilícitas. Nesse sentido, Maria Conceição Costa e equipe da Universidade Estadual de Feira de Santana resolveram analisar o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros, outras substâncias psicoativas e fatores de risco associados, entre adolescentes das escolas públicas de Feira de Santana (BA).

Participaram do trabalho 1.409 alunos, que foram submetidos a um questionário. De acordo com artigo publicado na edição de setembro/outubro de 2007 da revista Ciência & Saúde Coletiva, “a vulnerabilidade da faixa adolescente, em geral, está relacionada a diversos fatores, inerentes à juventude - onipotência, busca de novas experiências, ser aceito pelo grupo, independência, desafio da estrutura familiar e social, conflitos psicossociais e existenciais –, assim como a aspectos relacionados à família - estrutura, apoio, presença de drogadição. No que diz respeito a outros determinantes, destacam-se a facilidade de acesso, a permissividade e a falta de fiscalização no cumprimento das leis”.

Os resultados mostram que 86,5% dos adolescentes consideravam-se bem informados sobre drogas, a maioria por TV, rádio e escola; 57,0% relataram uso de bebidas alcoólicas, principalmente cervejas e vinhos; 23,3% usavam cigarros e 5,2% outras substâncias (cânabis, solventes e cocaína); 29,3% consumiam bebidas uma a três vezes/mês e 13% todo final de semana. Na faixa de 10 a 14 anos, 47% experimentaram bebidas e 16,7% outras drogas. Houve prevalência no consumo de bebidas, cigarros e outras substâncias na faixa 17 a 19 anos e no sexo masculino. A curiosidade foi a principal motivação; na companhia de amigos e pais; festas e casas de colegas. Segundo a equipe, “o aprendizado dos jovens, através dos adultos de referência e grupos de convivência, parece ter um impacto positivo na reflexão e tomada de posição quanto à adoção de hábitos saudáveis de vida”.

Dessa forma, os pesquisadores destacam a importância de medidas de educação e prevenção nas escolas. “A presente pesquisa mostrou resultados importantes, sugerindo a necessidade de implementação de políticas e ações voltadas à prevenção do consumo precoce de bebidas alcoólicas e cigarros, bem como das outras substâncias psicoativas. O uso precoce também chama atenção quanto à possibilidade para o fenômeno da escalada (consumo eventual, uso freqüente e em maior quantidade; ou transferência de uma substância "leve" para outra "mais pesada"), com um significativo papel na dependência e deterioração do estado de saúde e integração social e familiar”, ressaltam no artigo.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)


enviado pelo nosso amigo Inspetor euclides conradim

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