Categoria: Sem categoria
Determinação partiu do comandante da corporação; equipamento é mais leve e flexível
CAMILLA HADDAD
Até o fim do ano, todos os policiais militares de São Paulo vão aparecer nas ruas com um visual diferente. Soldados, cabos, sargentos e oficiais vão utilizar os coletes à prova de bala sob a farda. A determinação partiu do comandante da corporação, Álvaro Camilo. Para ele, o policial com o colete exposto sugere uma imagem repressora da PM. A mudança pretende aproximar a população dos policiais, dentro da filosofia de polícia comunitária.
Segundo Camilo, o equipamento sob a roupa causará um impacto menos agressivo às pessoas que passam pela rua.[/IP8,0,0] O capitão Cleodato Moisés, porta-voz do Comando de Policiamento da Capital (CPC), lembra que, atualmente, os coletes não são tão confortáveis e flexíveis como os que têm sido entregues ao efetivo. “Também são mais leves”, destaca.
O oficial afirma que o equipamento é fundamental para a segurança do PM. Ele citou casos como a ocorrência em uma loja de moda no Itaim-Bibi, na zona sul, em que um cabo foi salvo depois que o colete impediu que uma bala perfurasse seu abdome. O tiro partiu de um homem que invadiu o comércio.
Distribuição
Em junho, 2.500 recrutas formados pela Escola de Soldados de Pirituba, zona oeste, foram os primeiros a receber o equipamento. Na fase de estágio, eles foram para as ruas diariamente com os coletes dentro da camisa. Depois, foram compradas mais 15 mil peças que já fazem parte do dia a dia de outros policiais.
De acordo com corporação, cada colete custa R$ 350, em média. Nessa nova versão, eles são da cor cinza claro. Agora, o tecido dos modelos comprados é mais mole, o que não causa tanto desconforto. O policial que quiser pode usar o colete direto na pele, já que, segundo a PM, ele é preparado com material antibacteriano. Mesmo assim, alguns policiais têm optado por colocar uma camiseta por baixo.
Quem for pego fugindo à nova regra será advertido pelo seu comandante. Mas, segundo o capitão Cleodato, dificilmente isso irá acontecer. Cada oficial responsável por batalhões fará uma espécie de check-list antes de mandar o efetivo para a rua.
Carolina Ricardo, coordenadora de gestão local de segurança Pública do Instituto Sou da Paz, diz que a medida é válida, mas acredita que outras atitudes devem ser tomadas para aproximar a população dos PMs. “É importante a aparência física, mas sozinha ela não dá conta. É preciso aprimorar isso fazendo com que a PM ajude o cidadão nas ruas, que conheça a região onde atua e seja bem treinado para se comunicar”, avalia.
O cabo Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados, disse que colete exposto demonstra violência e faz parecer que o policial está pronto para uma guerra. “O novo é mais leve e proporciona segurança da mesma forma”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário