A teoria do nosso caos



Autor: Carlos Eduardo Ribeiro da Costa

“O bater de asas de uma borboleta no
Japão pode provocar uma tempestade
em Nova York”.

Esta teoria é conhecida (A teoria do caos),
dando título ou essência a muitas outras
teorias, livros, filmes e tantos outros.

Mas do que trata esta teoria? Bem, para
quem quiser entender melhor, pode começar por este artigo
que explica de forma bem didática: http://mundoestranho.abril.
com.br/materia/o-que-e-a-teoria-do-caos. Mas em poucas
palavras, diz que tudo está intrinsecamente ligado na vida,
nada é isolado, e uma ação inocente ou negligente hoje
pode ter resultados gigantescos amanhã. Nada é por acaso, e
como diz o personagem “V” no filme “V de vingança” ou “V for
vendetta” (título original em inglês), que, diga-se de passagem,
excelente filme, “assim como DEUS, não creio em
coincidências“, e o homem está tomando consciência disto
e procura cada vez mais a harmonia e controle em suas vidas
para evitar cometer atos, mesmo que pequenos, que mudarão
ou poderão mudar de fato a sua vida ou, quiçá, a vida de uma
população inteira de forma negativa ou não planejada.

Logo, devemos nos colocar imersos nesta categoria e lembrarmos
que quando fazemos ou deixamos de fazer algo, não é o “Fulano
de Tal” que fez ou não fez, é o GCM, o PM, o Policial Civil e
etc.. Representamos uma coletividade, cada um de nós
representa a corporação, instituição, empresa em que
trabalhamos e vivemos e nossas ações como indivíduos
pode afetar a todos, ou ainda, a outros no futuro,
se houver um futuro.

Sei que muitos odeiam este tipo de exemplo, mas temos que
nos basear no que temos, não vou falar na Polícia de New York,
não os conheço, não posso citar algo que não tenho
conhecimento e firmar base para minhas divagações, portanto

vou mais uma vez, citar a Polícia Militar do Estado de São
Paulo, sem dúvida, a melhor do Brasil, pelo menos é o que
acompanho pelos noticiários, pelos poucos estados em que
já estive e em vários outros artigos e reportagens.

Por estes dias, tive a sorte de ver um planejamento salarial
desta instituição, onde o salário total hoje de um soldado em
início de carreira gira em torno de R$2300,00 e ele irá dobrar
gradativamente até o ano de 2015, e não é só para o
soldado, para todos os cargos. Planejamento é a palavra. Os
Oficiais desta instituição a tem como uma fé, uma religião,
uma extensão de suas vidas, e mesmo depois de sua
saída, a defende com unhas e dentes, pois têm filhos, irmãos
e etc. e pretendem que outras gerações suas façam parte
do quadro desta instituição. É quase que uma Irmandade...

Você que está lendo, pode até não concordar com que
escrevo, mas os fatos dizem por si...quantos militares você
conhece que possuem outros familiares na instituição? E
isto é uma constante, logo, eles cuidam para que a instituição
tenha uma vida longa, não é um emprego, é o futuro. E cada
vez mais eles estão, de forma articulada e bem planejada,
garantindo o próprio futuro, se posicionando em todos os setores,
e mostrando o que sabem de melhor.

É preocupante? Pode até ser, afinal, uma instituição ter
tantas responsabilidades e atribuições...será que consegue
fazer tudo de forma bem feita? Não sei, mas se não, deve
ter um bom Departamento de Marketing, pois cada vez mais,
ganham mais e mais espaço em vários setores. São 21 subprefeitos
na capital paulista, fora os outros inúmeros cargos na
administração municipal, num levantamento recente dizia-se
em torno de 60(sessenta) coronéis reformados no quadro da
PMSP, temos um partido militar (http://partidomilitarbrasileiro.
ning.com/), o atual secretário de segurança pública (Sr. Antonio
Ferreira Pinto) é ex-oficial da PM, o ex-governador Fleury é
ex-oficial PM e vários outros parlamentares de diversas
esferas em todos os estados e cidades do Brasil são
militares ou ex-militares.

Eles são tão bem harmonizados que não vacilam em cortar a
própria carne em prol de um bem maior (a instituição).

Mais uma vez pergunto: Preocupante? Mais uma vez respondo:
Pode até ser.
Uma coisa temos que admitir, eles sabem planejar, traçar metas,
alcançar objetivos e etc..

Creio que quem já leu algum artigo escrito por mim, deve ter
percebido que gosto de fazer uso de provérbios populares, e não
vai ser diferente desta vez, logo “se não pode com ele, junte-se
a ele”, mas neste caso, mudaria o “junte-se a ele” por
“aprenda com ele”.

Se quisermos que a nossa instituição tenha um futuro e futuras
gerações nossas façam parte deste futuro e se não queremos
que nenhum ocorrido ponha em risco a existência dela, devemos
pensar no valor de nossas atitudes e o que elas podem gerar.

O simples fato de não fazermos, já é um grande agravante,
pois isto pode desencadear outras atitudes idênticas e daqui
a pouco, ninguém faz nada e todo mundo reclama.

Bem, e antes que pensem que sou um PM frustrado (aquele
que tenta entrar na PM, não consegue e vai ser GCM), explico
que não. Participei de um processo seletivo na PM, passei e
não tomei posse por não concordar com a filosofia/doutrina
adotada. Ainda me é muito estranho um país “democrático de
direito” ter uma “Polícia Militar Estadual” responsável pela
segurança pública. Tirando o Chile e um outro país da
América Latina, nenhum país ocidental capitalista possui este
modelo de segurança pública, todos possuem a segurança
municipalizada, fato que reforça ainda mais a competência da
PM, pois mesmo contra tudo e todos, eles vão muito bem,
obrigado. Gosto da GCM e gosto de ser GCM.

Não podemos dominar os acontecimentos externos, mas podemos
comandar a nossa vida e ela pode ser determinante para o mundo.

Um fraterno abraço!

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