sexta-feira, 15 de julho de 2011

A impunidade garante a manutenção da corrupção, dos crimes e violências no Brasil

Oséias Francisco da Silva

Até parece que é de propósito. Mais uma vez retorna
a novela do mensalão com o elenco muito bem
conhecido do público. Será que vale a pena vê de
novo? Essa repetição gera saturamento psicológico,
que diminui a capacidade de indignação, tornando
as pessoas mais tolerantes, e às vezes, cansativas
diante da exposição repetitiva. Percebemos como
que dessa aparição do mensalão, praticamente não
causou quase nenhuma comoção social, apesar
de todos os veículos de comunicação reservarem
um espaço privilegiado para o assunto. Essa
lentidão da justiça brasileira diante de crimes do
colarinho branco e dos outros, passa o sentimento
de impunidade, que garante a manutenção da
corrupção, doença crônica e endêmica nas
instituições públicas do Brasil. Enquanto essa
doença (corrupção) se alastra dentro das instituições
democráticas (meros feudos de poucas famílias
privilegiadas) sem um remédio eficiente, vamos
ter serviços públicos de péssima qualidade e o
fortalecimento acelerado da política neoliberal.
O fato de não ter um remédio eficiente não significa
que não há remédios. O remédio para a corrupção
no Brasil passa pela reforma política ampla e
profunda, que acabe definitivamente com o
financiamento privado nas campanhas eleitoras;
pela redução dos partidos que são verdadeiras
fábrica de dinheiro que serve apenas para barganha,
fazer negócios de baixo nível com o dinheiro público;
pela reforma agrária efetiva; por uma reforma tributária
que permita onerar menos os pobres, uma política
mais racional; também pela reforma previdenciária
e tanto outros temas que ficam as margens das
campanhas e debates políticos. E acima de tudo
isso que foi enumerado, a consolidação e o
fortalecimento da democracia participativa. Quando
o povo realmente participar, não apenas votar e
levantar as mãos em plenárias, estaremos
caminhando para um amadurecimento da
nossa jovem nação de 500 anos.

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