A Finitude ou Perenidade da Vida: Uma Reflexão Ética Existencial
Por Oséias Francisco da Silva
Nascemos, Crescemos e ... Viver para sempre é o anseio de nossas almas. A mais passageira idéia de morte que nos assalta já provoca perturbações. Diante dessa realidade nos perguntamos: por que temos que morrer? O que será ou o que vai acontecer depois da morte? Qual o sentido da vida? A vida dependendo do ponto de vista a ser privilegiado, tem sentidos diferentes. Da perspectiva judaica cristã, a vida é o todo, e a própria morte faz parte do seu processo natural. A vida é eterna, portanto não tem fim, apenas duas etapas, a terrena e celeste, que compõe seu processo. Há um ponto de vista que defende a idéia da vida sem finalidade, apenas fruto do acaso, como do acaso veio todas as coisas. Dentro dessa visão decorrem princípios que norteiam pensamentos, concepção e postura, política e ideológica de algumas pessoas. Para esses tudo começa aqui e termina aqui, e não há diferença entre uma arvore e uma pessoa. Essa concepção não acredita numa vida transcendente, nem tampouco acreditam que as pessoas humanas são seres superiores. E o sentido da vida dentro dessas duas concepções é absolutamente diferente. Se a vida termina aqui porque não há outra possibilidade de vida no pós morte, logo não há um Tribunal Superior e Justo, sem as parcialidades que comprometem as decisões, para julgar as obras de todos, onde cada qual receberá, premio ou punição, segundo suas obras. A visão judaica cristã propõe uma concepção de ética: Amar a Deus e ao Próximo. O amor a Deus é um reconhecimento da sua grandeza, soberania, fidelidade, misericórdia, justiça e Amor. Amar ao próximo porque o tanto eu quanto o outro somos parte do mesmo projeto, e somos um no amor de Deus. Deus é pai e somos seus filhos, e enquanto filhos, somos irmãos e irmãs, temos o dever ético e moral, de cuidar, acolher, socorrer, estender as mãos; chorar e se alegrar juntos; a dor do outro é minha dor, sua alegria é minha alegria; sua derrota também é minha derrota, e sua vitória minha vitória. Essa é a ética transcendental e universal, que tem como pressuposto o amor, e como meta o seguinte lema: é melhor obedecer a leis de Deus, universais, indivisíveis e eternas, do que as dos homens, particulares, fragmentadas e transitórias. E pautar nossas ações na perspectiva de que estaremos um dia diante do Tribunal Superior de Deus, onde receberemos segundo nossas ações e omissões. Essa ética é superior e uma vez assimilada, as pessoas não precisam de leis, estatutos e regras, códigos e mais códigos, forças repressivas e tribunal, e prisões. Quem vive a Ética superior não precisa dessas coisas, e pode destruir leis, códigos, tribunais, prisões, destituir as forças repressoras do Estado, porque isso tudo não lhe faz nenhum sentido. A segunda visão defende uma ética estritamente objetiva, baseada nas leis, nos códigos, estatutos, tribunais severos, e força repressora do Estado atuante, porque só assim terá certa garantia de uma convivência mais ou menos pacífica. Pode conduzir ao pessimismo, ao hedonismo e ao individualismo absoluto, ao um medo do outro, que é inimigo. É uma ética que privilegia o mais forte, o poderoso. A força é a ética, seja das leis ou do dinheiro, e em nome dessas duas tudo se justifica, afinal, tudo termina aqui, na sepultura. Estou certo que esse mundo que vivemos ainda existe é porque têm pessoas vivendo a Ética Superior. Nosso mundo vive em constantes e progressivas tragédias, naturais e as provocadas pelos humanos, porque há muitas pessoas que ainda não aderiram a Ética Superior. Quanto maior for o número de pessoas que decidam viver a Ética Superior, melhor o mundo fica para viver.
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