quinta-feira, 5 de maio de 2011

Armas para entrega em domicílio


Quem não sabe que comprar uma arma no Brasil é para lá de fácil?

Dos 7,6 milhões de revólveres, pistolas, espingardas e fuzis que estão

por aí, calcula-se que quase a metade seja ilegal. Quer dizer, disponível

para venda sem cumprir as formalidades de registro.

O cidadão com más intenções que estiver em busca de uma arma

clandestina, se preferir não lidar com a bandidagem local, encontrará

outro caminho na estrada para Foz do Iguaçu.

Em Ciudad del Este, a cidade paraguaia vizinha de Foz, qualquer

um pode comprar um revólver novo. E, depois, passar sem

medo pela fronteira.

Como mostrou uma reportagem da "Folha de S.Paulo", os vendedores

paraguaios providenciam até um serviço de "delivery". Um motoboy

atravessa a ponte da Amizade com a mercadoria escondida na moto

e a entrega no domicílio, já do lado brasileiro. A tranquilidade com

que esse tipo de compra e entrega é realizado comprova que as

fronteiras brasileiras --pelo menos com o Paraguai-- são uma

piada. E olhe que todo o mundo sabe disso: sacoleiros, turistas,

policiais, fiscais, governadores e até ministros.

José Eduardo Cardozo, escolhido pela presidente Dilma Rousseff

para o Ministério da Justiça, esteve ontem em Foz do Iguaçu.

Reconheceu que as fronteiras são vulneráveis e disse garantir que

os cortes nas verbas da Polícia Federal não vão piorar a situação.

Não é o que dizem os policiais federais. Claro que todo mundo

quer defender o seu, e o pessoal da PF não fica atrás --é só falar

em corte de verbas que começa a chiar. Mas parece bem difícil

melhorar um serviço que já era ruim tirando dinheiro dele.

O ministro precisa explicar melhor essa mágica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário