“São nada menos do que 77 milhões de pessoas com medo de andar pelas ruas por causa da violência”
Renan Calheiros
Senador e líder da bancada do PMDB
Senador e líder da bancada do PMDB
A tarefa mais premente do novo Congresso Nacional
e da presidente Dilma Rousseff é, inquestionavelmente,
a rediscussão do modelo de segurança pública hoje em
vigor. Sabidamente ineficaz, dispendioso e confuso, o
atual sistema precisa ser reformulado com a rapidez que
a tragédia urbana está reclamando. A cada nova rodada
de pesquisas e divulgação de dados sobre criminalidade
a urgência fica mais evidente.
Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística –, apenas 52,8% dos brasileiros – pouco mais
da metade da população – se sentem seguros nas cidades
onde vivem. São nada menos do que 77 milhões de pessoas
com medo de andar pelas ruas por causa da violência. Os
menores porcentuais de sensação de segurança foram
registrados na Região Norte com 71,6%.
Este temor é plenamente justificável já que a média nacional
de 25 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes
permanece alarmante. O Estado de Minas Gerais teve a menor
taxa de homicídios por 100 mil habitantes do Brasil em 2009,
segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Foram 7,1 mortes, um recuo de 33,2% em comparação com
2008, quando houve 10,7 assassinatos a cada 100 mil pessoas.
O Estado de Pernambuco também registrou queda
significativa no índice de homicídios. Segundo o mesmo
documento, o recuo foi de 12,3% em 2009 ante 2008. Mas o
Estado continua sendo um dos três mais violentos do Brasil.
Com 42,6 mortes para cada 100 mil habitantes. Ele só perde
para o Espírito Santo (57,9/100 mil) e Alagoas (63,3/100 mil)
no índice de mortes. Nossa querida Alagoas, infelizmente,
figura mais uma vez no topo deste ranking tão desconfortável.
O mesmo relatório aponta, mais uma vez, outra
característica da violência brasileira: as mortes causadas
por armas de fogo vitimam, principalmente, jovens de 15 a
29 anos e o número de homicídios é maior nessa faixa etária
do que no restante da população. Já os homens morreram
cinco vezes mais por causa de acidentes ou de violência do
que as mulheres, em 2008.
Dados como estes reforçam a necessidade de mudarmos o
sistema de segurança pública. Inicialmente é urgente e
preciso definir uma fonte fixa de financiamento para
comprar armamentos, viaturas, construir cadeias e
aumentar o efetivo para o policiamento preventivo. Eu
mesmo apresentei uma proposta obrigando que a União,
Estados e municípios invistam um percentual mínimo de
seus orçamentos para equipar as polícias. O ponto de
partida da reformulação é, sem dúvida, novos caminhos
de financiamento do setor.
Fonte: O Jornal Alagoas
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