Capítulos de uma crise antiga
Militares e Guardas Civis já entraram em conflito durante prisões e patrulhamentos
A crise entre Polícia Militar e Guarda Municipal em Florianópolis vai além da conversa divulgada pelo DC na quinta-feira, que mostra a disputa entre as duas unidades. Envolve desentendimentos de rua durante prisões e patrulhamentos e atos de gabinete pelo comandante-geral da Polícia Militar (PM) de Santa Catarina, coronel Eliésio Rodrigues.
Enquanto os conselhos de segurança reivindicam melhorias, principalmente em áreas do Norte e Sul da Ilha, a queda de braço entre as instituições não dá sinais de acabar. Ela também tem como pano de fundo uma antiga divisão na segurança pública: a que coloca em lados opostos as polícias Militar e Civil.
Episódios recentes indicam que, de forma discreta, os guardas municipais se aliaram aos policiais civis no “confronto” com a PM. Prova disso aconteceu na manhã do dia 4 de setembro deste ano, quando policiais civis subiram o Morro do Mocotó, na área central da cidade, para cumprir mandados de prisão acompanhados de guardas municipais. O usual seria eles terem feito o trabalho com policiais militares.
O episódio foi encarado como um ato de desagravo pela PM. O comandante-geral da corporação disse, em ofícios encaminhados a autoridades, que a Guarda Municipal feriu a Constituição ao exercer função que seria exclusiva das polícias.
Nos ofícios, aos quais a reportagem teve acesso, o oficial pediu a responsabilização dos envolvidos ao Ministério Público, Secretaria de Estado da Segurança Pública e prefeitura da Capital.
Outro fator que estaria por trás da crise é a disputa pelo comando da Guarda Municipal que, entre outras tarefas, segundo a Constituição do Estado, deve cuidar dos bens, instalações e serviços do município. Oficiais de alto escalão da PM pretenderiam a ocupação do posto por um policial militar, mas a função é exercida por guarda concursado, como prevê a legislação municipal.
Os 140 guardas em atividade trabalham armados com pistolas 380 há um ano, prática que também não agradaria aos policiais. Até agora não há registro de incidentes envolvendo o porte de arma pelos guardas.
O delegado Renato Hendges, presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina, afirma que as instituições da segurança pública estão em linha de confronto por “vários episódios”, mas não citou nenhum. Ele defende o cumprimento das diretrizes de cada uma delas para encerrar com o impasse.
Ex-secretário de Segurança de Florianópolis e delegado da Polícia Federal, Ildo Rosa enfatiza que o trabalho dos guardas municipais trouxe resultados expressivos contra a criminalidade na cidade.
O atual secretário de Segurança, Bita Pereira, responsável pela Guarda Municipal, garantiu que o clima é de harmonia com as polícias.
Pivô da gravação veiculada pelo DC na quinta-feira, em que aparece mandando o policiamento deixar para a Guarda Municipal o atendimento de ocorrências na área da Rua Bocaiúva, no Centro, o tenente-coronel Newton Ramlow alegou que essa conversa é antiga e que o mal-estar está superado.
O comandante-geral da PM, coronel Eliésio Rodrigues, estava no Oeste do Estado desde quarta-feira. Ele foi procurado pelo celular para comentar o caso, mas não atendeu à reportagem. O ajudante de ordens dele informou que o coronel retornaria as ligações, o que não aconteceu até a noite de sexta-feira.
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diogo.vargas@diario.com.br
DIOGO VARGAS
Enviado por: Associação dos Guardas Civis de Ribeirão Preto
é uma pena que ainda existam pessoas como esse coronel....vive no passado, no mundinho dele de ditadura....é uma pena.
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