POP - PRELIMINARES DO GERENCIAMENTO DE CRISE E NEGOCIAÇÃO

Bom dia! Guerreiros.

Segue a elaboração de mais um POP - PRELIMINARES DO GERENCIAMENTO DE CRISE E NEGOCIAÇÃO. O Objetivo dos encaminhamentos do POPs, é buscarmos a padronização entre as Guardas Municipais em ações de qualidade e excelência.

Cordialmente,

cid:image001.jpg@01CBC9F4.AA0BE2E0

Paulo Ricardo Rodrigues Bento

Prefeitura de Santo André

Secretaria de Segurança Pública Urbana e Trânsito

Departamento de Planejamento e Operações de Segurança

Diretor

Tel.: 4433 0156

P.O.P. – PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO.

ORDEM DE SERVIÇO N.º

POP N.º

ESTABELECIDO EM: 00/00/2010

NOME DA ORDEM DE SERVIÇO: PRELIMINARES DO GERENCIAMENTO DE CRISE E NEGOCIAÇÃO.

RESPONSÁVEL: Equipe da Guarda Municipal.

Buscando padronizar as ações deste Departamento, determino que seja cumprido o POP (Procedimento Operacional Padrão) para PRELIMINARES DO GERENCIAMENTO DE CRISE E NEGOCIAÇÃO.

MAPA DESCRITIVO DO PROCESSO

NOME DA ORDEM DE SERVIÇO: PRELIMINARES DO GERENCIAMENTO DE CRISE E NEGOCIAÇÃO.

MATERIAL NECESSÁRIO

1. Uniforme operacional;

2. Revólver Cal. 38 ou Pistola PT 938 com seus respectivos carregadores;

3. Algemas com a chave;

4. Caneta;

5. Folhas para anotações (bloco ou agenda de bolso);

6. Cinturão com complementos;

7. Porta-tonfa;

8. Bastão-tonfa;

9. Colete Balístico;

10. Fita de isolamento do local;

11. Luvas descartáveis.

ETAPAS

PROCEDIMENTOS

Conhecimento

1. Conhecimento da ocorrência (Vide – O.S.N. G.P.O. n.º 014)

Deslocamento

2. Deslocamento para o local da ocorrência (Vide – O.S.N. G.P.O. n.º 014)

Chegada ao local

3. Chegada ao local da ocorrência (Vide – O.S.N. G.P.O. n.º 014)

Adoção de medidas específicas

4. Existência de substância ilegal e sua localização.

5. Arrolamento de testemunha.

6. Apresentação de substância ilegal.

Liberação de Vítimas e Condução de autores

7. Condução da (s) parte (s) (Vide – O.S.N. G.P.O. n.º 014)

Apresentação da ocorrência

8. Apresentação da ocorrência na Repartição Pública Competente (Vide – O.S.N. G.P.O. n.º 014)

Encerramento

9. Encerramento da ocorrência (Vide – O.S.N. G.P.O. n.º 014)

DOUTRINA OPERACIONAL

DESCRIÇÃO

LEGISLAÇÃO

Primeira Intervenção em local de Crise

Doutrina do FBI – Gerenciamento de Crise.

NOME DO PROCEDIMENTO: PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM LOCAL DE CRISE.

RESPONSÁVEL: Guarda Municipal

ATIVIDADES CRÍTICAS

1. Deslocamento para o local da ocorrência.

2. Contato com o solicitante.

3. Contenção da crise no ambiente específico.

4. Contato com o público presente para isolamento do local.

5. Primeiro contato com o tomador de refém.

6. Negociação.

7. Liberação de refém ou vítima.

8. Rendição do autor.

9. Condução.

10. Apresentação.

11. Preservação do local de crime.

SEQUÊNCIA DAS AÇÕES

1º FASE: NORMAL

1. Coletar primariamente as informações sintéticas sobre a crise.

2. Conter a crise no local onde se localiza o autor e o refém, evitando que outras pessoas sejam vítimas e que o ambiente crítico seja ampliado.

3. Isolar o ponto crítico, não permitindo que ninguém entre ou que saia.

4. Comunicar o COTRAL sobre a situação e providências já adotadas, solicitando a presença do Superior Hierárquico, apoio do Programa R.O.MU ouR.O.MO e de uma ambulância.

5. Definir os perímetros táticos e isolar o perímetro interior e o perímetro exterior.

6. Deixar uma via de escoamento emergencial na zona de segurança.

7. Coletar informações sobre a crise, objetivando saber quantas pessoas estão dentro do ponto crítico, quantos autores, quantas vítimas ou reféns, armamento existente, presença de explosivos, estado de saúde das pessoas, se houve disparo de arma de fogo, se alguma pessoa conseguiu sair do local, quem são os autores, qual a motivação substantiva que deu causa a crise e outras informações importantes para o processo de negociação.

8. Aguardar a chegada do negociador especialista para o desenrolar da crise, bem como do Gerente de Crise.

2º FASE: NEGOCIAÇÃO DE EMERGÊNCIA

9. Em caso de extrema necessidade, por exigência e insistência dos tomadores de reféns, iniciar a negociação.

10. A negociação será uma negociação de emergência, esperando a chegada do reforço do negociador profissional e obedecerá alguns critérios técnicos básicos.

11. Falar com os captores sempre detrás de uma cobertura (construção, escudo balístico, árvore, carro, etc.)

12. Se houver mais de um delinqüente, evitar falar com todos, dirija-se se possível àquele que apresenta ser o líder ou chefe do bando.

13. Evitar falar com os perpetradores através de um refém.

14. Procurar em todas as afirmações tentar acalmar os ânimos.

15. Deixar o captor falar à vontade, mesmo que faça insultos, e agressões verbais. Os ânimos exaltados são comuns nas primeiras horas do incidente.

16. Anotar toda exigência dos perpetradores, apontando horário e detalhes.

17. Não dar ordens aos delinqüentes, e nunca discuta com os mesmos.

18. Não permitir a entrada de armas, colete anti-balístico, carregadores e munições, telefone celular, etc, ou todo elemento que possa aumentar o potencial do lugar onde está a crise.

19. Não oferecer nada e não permita a troca de refém.

20. Não mentir, pois uma mentira pode custar à vida de alguém.

21. Não utilizar a palavra “refém” para se referir às pessoas que estão em poder dos marginais. Utiliza-se temos como “pessoas inocentes”, “senhoras”, “senhores”, “jovens”.

22. Evitar usar palavras como: “cadeia”, “morte”, “prisão”, ”pena”, “rendição”, e outras que fazem lembrar aspectos negativos da vida do delinqüente.

23. Não permitir que nenhuma pessoa, familiar, amigo, jornalista, fotógrafo, advogado, etc, fale com o delinqüente.

24. Não tomar decisão sobre exigências em processo de negociação.

25. Esclarecer ao perpetrador que você está fazendo uma negociação de emergência e não tem poder decisório.

26. Ganhar tempo em todas as situações possíveis.

3ª FASE: RITUAL DE RENDIÇÃO

27. Caso o perpetrador queira liberar o refém e se entregar, coordene o ritual de rendição, de maneira tranqüila e seqüencial.

28. Avisar as equipes presentes que haverá a saída dos reféns e posteriormente à saída dos captores desarmados.

29. Orientar os captores que eles irão ver fora do ponto crítico vários agentes armados, porém não devem se preocupar que não haverá nenhuma violência contra os mesmos.

30. Combinar a saída dos reféns com as mãos sobre as cabeças, uma pessoa de cada vez.

31. Cada refém que sair, a equipe de agentes deverá submetê-lo a uma busca pessoal, coletar todos os dados e informações necessárias para os esclarecimentos sobre tal pessoa, se é autor ou vítima.

32. Após a saída do último refém, depois de todo o cenário estar devidamente preparado, os autores deverão deixar suas armas no solo, preferencialmente às vistas dos agentes e sair um a um, lentamente, sem movimentos bruscos e com as mãos sobre a cabeça, deslocando até um ponto determinado para as devidas buscas e colocação de algemas.

4º FASE: MEDIDAS POSTERIORES

33. Uma vez liberado os reféns, presos os autores e colocados em viatura, fazer uma varredura no ponto crítico.

34. Evitar expor as vítimas e reféns à imprensa.

35. Conduzir todos os elementos necessários ao flagrante para a Repartição Pública Pertinente.

36. Manter o local da crise isolado para as devidas perícias técnicas.

37. Prestar a devida assistência médica às vítimas, se necessário.

38. Elaborar o respectivo relatório da ocorrência de crise.

RESULTADOS ESPERADOS

1. Que os objetivos do gerenciamento de crise sejam alcançados, preservando a vida e aplicando a lei.

2. Que o primeiro interventor possa organizar o cenário de operações de forma que facilite a resolução da crise de maneira eficiente por parte do profissional de negociação.

3. Que a crise seja contida em menor tempo possível, evitando que se espalhe para outros pontos e que outras pessoas sejam tomadas também como reféns.

4. Que o isolamento seja feito obedecendo aos perímetros de segurança, dentro das técnicas que possibilitem a atuação eficiente do comitê de Gerenciamento de Crise, do negociador ou equipe de negociador, do grupo tático, das equipes de apoio e da tropa de isolamento.

5. Que o isolamento mantenha fora da zona de segurança os curiosos, policiais de folga, familiares, amigos e imprensa.

6. Que o primeiro interventor aplique as técnicas adequadas a fim de garantir a execução de um trabalho doutrinário profissional que solucione a crise de maneira aceitável.

7. Que todo GM esteja apto a execução de tais procedimentos, ou aguarda a equipe especializada para esta demanda.

AÇÕES CORRETIVAS

1. Não sendo possível conter a crise em um único ambiente, aumentar o isolamento externo e solicitar apoio imediato apoio do Programa R.O.MU ouR.O.MO e da equipe especializada.

2. Caso o captor apresente sinais de alto nível de stress e grande descontrole emocional, que aumente o potencial de risco da ocorrência, além de pedir apoio da equipe especializada, solicitar a presença de um psicólogo.

3. Definir um local específico fora do perímetro externo para a instalação da imprensa.

POSSIBILIDADES DE ERRO

1. Avaliação errônea da ocorrência, julgando a necessidade de um emprego especial da guarda para uma ocorrência comum (inobservância dos critérios da ação do Gerenciamento).

2. Tratamento operacional comum para uma ocorrência de crise.

3. Isolamento e contenção ineficiente podem atrapalhar consideravelmente o andamento do gerenciamento.

4. Falta de dados substanciais para o desenrolar da ocorrência.

5. Contenção mal feita permitindo a fala do perpetrador com terceiros, familiares e até mesmo imprensa.

6. Assumir um compromisso com perpetrador e não cumprir pode quebrar o vínculo de confiança e gerar um indicador de violência ou retrocesso na negociação.

7. Implementar uma invasão tática sem que o risco seja iminente e sem a probabilidade de sucesso, pode chegar a uma resolução inaceitável do ponto de vista legal e ético.

8. Subestimar a capacidade do delinqüente, crendo em adivinhações baseadas em experiências anteriores, pois um erro pode ser fatal.

ESCLARECIMENTOS:

1. ISOLAMENTO

O isolamento é feito através de dois perímetros táticos, sendo: Perímetro Interno e Perímetro Externo.

1. A Perímetro Interno: É o local onde fica o ponto crítico da crise, é uma zona de controle absoluto onde só pode permanecer nele os captores, os reféns e os agentes especialistas em táticas ou policiais especificamente escaldos para tal local, ninguém mais pode permanecer.

1.B – Perímetro Externo: fica fora o perímetro interno e limita o acesso do público e outros. Nessa área deve ter acesso a equipe de Gerenciamento de Crise, os grupos de apoio (médicos, psicólogos, engenheiros, técnicos, especialistas em táticas, explosivos, serviço de inteligência, etc), equipe de negociadores, enfim todas as pessoas envolvidas tecnicamente na resolução.

2. CRISE: Entende-se por crise um evento ou situação crucial que exige da polícia uma solução aceitável.

3. GERENCIAMENTO DE CRISE: É um processo de identificar, obter e aplicar os recursos necessários para a antecipação, prevenção e resolução de uma crise.

4. OBJETIVOS DO GERENCIAMENTO DE UMA CRISE: Preservar vidas e aplicar a lei.

5. CARACTERÍSTICAS DE UMA CRISE: Imprevisibilidade, compressão de tempo, ameaça de vida e necessidade de ações especiais.

6. CRITÉRIOS DA AÇÃO DE GERENCIAMENTO: São referências que servem para orientar a tomada de decisões em qualquer evento crítico, são elas: necessidade, valoração do risco, e aceitabilidade.

7. FASE DO GERENCIAMENTO: pré-confrontação; resposta imediata (reação do agente – conter, isolar, negociar - primeiro interventor), plano especifico e resolução.

8. REFÉNS: Pessoa capturada e armazenada por uma ou várias pessoas para forçar o cumprimento de exigências significativas a uma terceira parte, com conhecimento e presença da autoridade local.

9. VÍTIMA: A diferença em relação à refém é que na situação com vítima, não existe uma exigência substancial negociável e existe uma relação vincular entre captor e vítima, quer seja amizade, relação de trabalho e familiar.

10. PRIMEIRO INTERVENTOR: É o primeiro agente que chega em uma ocorrência típica de crise e seu papel é aplicar os princípios do próprio gerenciamento, contendo, isolando é iniciando se necessário as negociações para preservar vidas é aplicar a lei. Do primeiro interventor virá as possibilidades de resolução de uma crise com menor esforço possível ou então criará diversas situações complicadoras para a resolução.

∙ AÇÕES PRECIPITADAS = RESULTADOS IMPREVISÍVEIS

∙ AÇÕES DESASTROSAS = EFEITOS IRREVERSÍVEIS

∙ AÇÃO EFICIENTE = SUCESSO EFETIVO

PAULO RICARDO RODRIGUES BENTO

Diretor do Departamento de Planejamento e Operações

de Segurança da Secretaria de Segurança Pública

Urbana e Trânsito de Santo André


Um comentário:

  1. Parabéns aos Irmãos da Valorosa GCM de Santo André.
    Nós da "ASSOCIAÇÃO DOS GUARDAS MUNICIPAIS DE PIRASSUNUNGA E REGIÃO" voltamos a externar, através deste veículo de comunicaçao do Nosso Honrado Irmão Carlinhos Silva o qual une as aspirações e as conquistas dos Irmãos e Irmãs de Azul Marinho de todo País. Externar nossos Agradecimentos e em Especial ao Nobre Irmão PAULO RICARDO RODRIGUES BENTO que com brevidade atendeu nossas solicitações. O P.O.P (PROCEDIMENTO OPERACINAL PADRÃO) é uma ferramenta Imprescindível no sistema organizacional e nas ações dinânicas desenvolvidas pelos Operadores de Segurança Pública Municipais.
    Mais uma Vez, Nosso Muito Obrigado.

    Lealdade, Respeito, Força e Honra.

    ASSOCIAÇÃO DOS GUARDAS MUNICIPAIS DE PIRASSUNUNGA E REGIÃO.

    Bezerra - Pirassununga/SP

    ResponderExcluir